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Antônio Rinaldo Lopes do Nascimento

1953 - 2021

Com seus bordões hilários, despertou sorrisos "inoxidáveis".

Antônio Rinaldo foi uma pessoa que não passou despercebido em nenhum lugar. Sempre de conversa fácil e simpatia, gostava de ver o sorriso dos outros e de recitar poesias. Dedilhava em seu violão as músicas de Tim Maia, Alceu Valença e seu ídolo: Roberto Carlos.

Trilhou seu caminho profissional com maestria. A sua dedicação, em nível elevado, era dia e noite, entre treinamentos, confecções de Pops, cursos de oratória e muitas outras coisas. Sempre com sede de superação a cada desafio, assim alcançou até mais do que almejava.

Se recusava a aceitar qualquer coisa da vida, as coisas como ela são, sem se questionar, tentar e conseguir! Aprendeu a tocar violão aos 50 anos, fez aulas de inglês, oratória e no ano da pandemia se interessou por pães de fermentação natural e não deu outra: aprendeu! O cheiro do pão no forno exalava sempre no final da tarde em sua casa lá em Paulo Afonso, na Bahia, acompanhado de sua esposa Maria Gorette, com quem escreveu uma história de amor de quase cinquenta anos, juntos também tiveram cinco filhos.

Domingo era dia oficial de churrasco, sempre acompanhado de um bom “assovio de cobra”, cachaça, embalado pela sua trilha sonora favorita. Vivia de sonhos e realizou boa parte deles, viveu até alguns que nem presumia. Pode-se dizer que viveu e venceu com sabedoria, como homem, esposo, pai, filho, irmão e profissional.

Exalava seu amor no carinho das suas palavras que usava de forma sem igual, na sua gentileza com o próximo, nos cabelos ao vento, na aurora boreal que era estar em sua presença e ver ele ali existindo. Tinha lá seus bordões: "gente jovem são outros papos", "quarto zagueiro", "você é uma pessoa inoxidável" e a mais famosa e falada de todas suas expressões, que sempre dizia para a esposa e para os filhos: "você é meu sonho".

A filha Michele deixa um recado ao pai: "O canto dos pássaros na atmosfera da aurora boreal, sempre estará o inoxidável a nos guiar!"

Antônio nasceu em Triunfo (PE) e faleceu em Paulo Afonso (BA), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Antônio, Michele Brandão do Nascimento Pereira. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Raphaela Medeiros, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 25 de maio de 2022.