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Antonio Silva Macêdo

1934 - 2020

Saudável e ativo, era dessas pessoas que contam piadas e histórias. Não dispensava um bom “capitão de feijão”.

“Meu amado ‘vô’ era um contador de histórias, as pessoas gostavam de ficar ouvindo suas histórias de vida e, às vezes, até muitas piadas.” A neta, Francisca Maria, viveu ao lado do avô desde criança, pois ele ficava com ela e seus irmãos para que a filha pudesse trabalhar.

Ela conta, em especial, as experiências mais recentes. Do avô já mais velho, aposentado. Vivendo e aproveitando a vida em sua rotina no grupo da terceira idade, que lhe proporcionava muitas alegrias.

Ele gostava muito de ir ao forró. O Macêdo, como era conhecido, dançava muito nos bailes do grupo. Um grande “forrozeiro", segundo a Francisca Maria.

Entrou para a companhia de teatro desse grupo e participou de várias peças. Numa delas, representou um cangaceiro muito bem caracterizado. Uma foto, que a neta exibe orgulhosa, prova. Pena que a família não pôde assistir ao vivo, era apenas para o grupo. Só podiam acompanhar através das reportagens sobre o grupo, na TV...

Era um homem muito ativo. Resolvia os assuntos da família e não preocupava com doenças crônicas.

A neta conta que ele comia com gosto a comida regional. O seu “capitão de feijão” era uma delícia. Para quem não sabe o que é a iguaria, trata-se de um bolinho de feijão com farinha de mandioca. Feito com as mãos para ser comido assim mesmo, com as mãos.

As lembranças, que o Macêdo deixou para a neta, transmitem a saudosa história que eles construíram. Uma bela história de amor.

Antonio nasceu em Crateús (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 87 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Antonio, Francisca Maria Macêdo Tavares. Este tributo foi apurado por Hélida Matta , editado por Hélida Matta , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 25 de setembro de 2020.