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Argemiro Rodrigues

1934 - 2020

Pastor, cantor e viajante, atravessou o país todos os meses, durante muitos anos, dirigindo seu carro.

Argemiro formou parte da sua família em sua cidade natal, tendo quatro filhos com a esposa Lourdes: Manoel Joaquim, Isilda Aparecida, Rosângela e Samuel. Em busca de uma vida melhor, transferiu-se com a esposa para Belém, no Pará, onde inauguraram o Hotel Olímpia. Ele viveu no norte do país por trinta anos, separou-se e casou novamente, com Maria das Graças, com quem teve dois filhos, Daniel e Otoniel. A família mudou para o sul do Brasil, instalando-se em São José, município da Grande Florianópolis, em Santa Catarina.

Na rotina, motivado pelo amor à direção e à família e pela necessidade de fazer negócios, dirigia o carro particular até Belém, uma vez por mês, durante anos. A família insistia para que diminuísse o ritmo. “A gente tinha que implorar pra ele ficar em casa”, lembra Débora. Depois de um AVC que deixou sequelas motoras, Argemiro precisou de cadeira de rodas. A pedido da família, ele deixou de fazer as longas viagens de carro.

“Em São José, ele pastoreava”, conta a neta Débora, lembrando a atividade religiosa do avô. Pastor que amava cantar. “Ele tinha uma voz belíssima”, conta a neta, que vive em Belém. Homem ativo, religioso, o vô Argemiro deixou para Débora lembranças de amor, afeto e retidão, compartilhadas com os outros netos e netas, Fábio, Marina, Rose, Jader, Fernanda, Thaty, Jonathan, Geo, Neto, Léo, Pedro, André e Gustavo.

“Quando penso no meu avô, lembro de um homem forte, que adorava a Deus e a família, que amava ver reunida em torno de uma mesa farta”. Débora conta que no dia a dia a família sente falta das canções, das orações, do sorriso do avô, e até das broncas eventuais.

Em homenagem ao pai e avô, no Natal de 2020 toda a família se reuniu em São José, num encontro cheio de emoção e de saudades. Argemiro será amado para sempre, e o amor que ele compartilhou vai seguir com cada um dos familiares, gerando mais amor e empatia.

Argemiro nasceu em Olímpia (SP) e faleceu em São José (SC), aos 85 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Argemiro, Débora Rodrigues. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Patrícia Coelho, revisado por Emerson Luiz Xavier e moderado por Rayane Urani em 26 de maio de 2021.