1979 - 2021
Ele se dedicava a ser feliz pelo tempo que podia, e acreditava que o sorriso tinha o poder de transformar.
Ele era lindo! Um homem maravilhoso, íntegro, cheio de boa vontade com a vida. O referencial de irmão mais velho, sempre presente, conta a irmã Aymê.
Augusto era o irmão mais velho do Luiz, da Thaynã e da Aymê, e tinha, em relação à caçula, uma diferença de dez anos de idade, o que não era um problema, pois eram muito próximos. Mais que um irmão, era um grande amigo.
Aymê tinha só três anos de idade quando seu pai foi embora. Augusto, um rapazinho de apenas 13 anos, tomou para si a responsabilidade de cuidar dos irmãos, enquanto a mãe trabalhava. Foi Augusto que ensinou a irmã a jogar videogame e a apreciar comida agridoce. Também lhe deu uma das maiores lições que podia deixar: a de que sorrir poderia melhorar um dia ruim.
“Ele tinha mania de fingir que ia dar descarga em mim quando eu era pequena, e eu e ele ríamos muito disso.”
A família sempre foi muito unida. Embora as atribulações da vida, a correria do dia a dia e os casamentos impossibilitassem que se vissem com tanta frequência, mantinham o mesmo carinho, respeito e amor.
Para Augusto, a família era o que havia de mais importante. Era composta da mãe, dos irmãos, da esposa Fabiane, com quem estava casado havia doze anos, e do Caco, um cãozinho que foi seu presente para a esposa e se tornou o filho do casal.
Gostava de cozinhar e tinha uma relação muito forte com a comida, com o alimento, desde a época em que era adolescente e trabalhava carregando verduras no Ceasa. Uma das coisas mais bonitas era vê-lo chegar com aquelas verduras e dizer: “Mãe, eu trouxe pra nós fazermos comida.” Era tão pouco, mas parecia um tesouro enorme, e aquilo os enchia de alegria, lembra a mãe, orgulhosa do filho que sempre pensava no outro, e entregava a ela tudo que tinha recebido, para ajudar nas despesas.
Augusto era doce, companheiro, e sua partida tão precoce deixa um grande vazio na vida de todos que o amavam: os irmãos, a mãe, a esposa tão querida e o companheirinho Caco.
Ficam na lembrança sonhos como o da viagem para o Araguaia, um churrasco com os irmãos e a mãe, e ver e ouvir a cantora Laura Pausini, de quem ele tanto gostava.
A irmã guarda na memória um abraço de agradecimento, nos últimos dias. "Você não sabe o quanto é importante pra mim te ver aqui”, disse ele. Ao que ela responde: “Nunca vou te esquecer, irmão”.
Augusto nasceu em Goiânia (GO) e faleceu , aos 41 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã de Augusto, Aymê Virgínia Cardoso de Sousa. Este tributo foi apurado por Saory Miyakawa Morais, editado por Rosa Osana, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 21 de julho de 2021.