1956 - 2020
Apaixonado por música, fazia ecoar o som metálico dos pratos nos encontros de bandas.
Sempre muito comprometido com seu trabalho, Azael dedicou-se a diversas profissões ao longo da vida. Foi comerciante, depois jardineiro, até se tornar gari. O suor sob o sol quente não o impedia de fazer uma varrição cuidadosa das ruas da sua pequena cidade. Ali, como bom mineiro, também adorava frequentar a praça local, perto de sua casa, para uma boa prosa com os amigos. Aliás, o desejo quando se aposentasse era ter liberdade de se sentar no banco da praça a qualquer hora, para papear ao bel prazer com quem estivesse ao lado. O sonho, no entanto, ia além. “Queria curtir a velhice viajando”, conta a primogênita Sayonara.
Ao lado da esposa, Maria Alice, durante trinta e seis anos, construiu família e se apegou aos quatro filhos: Sayonara, Tiago e as gêmeas Maryane e Maynara. Depois vieram os netos – Miguel e Antônia –, que, mesmo com o curto convívio, receberam imenso amor do avô. Ele sabia demonstrar seus sentimentos. Para a mãe, por exemplo, fazia visitas semanais. Todos os sábados se deslocava para a vizinha Manhumirim, também em Minas Gerais, onde almoçava com a matriarca, trocava conversas e recordações, contava histórias.
Outra de suas grandes paixões era a música. Integrava a banda Irmã Cecília e com o grupo passava horas em ensaios cheios de alegria e animação. Sua habilidade com os pratos era destaque nos encontros de bandas. O silêncio do instrumento parece agora deixar um vazio.
“Mesmo a saudade sendo imensa, as recordações de bons momentos estão guardadas em nossos corações. Ele não é um número. É o meu pai”, declara Sayonara.
Azael nasceu em Alto Jequitibá (MG) e faleceu em Manhumirim (MG), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Azael, Sayonara Leite Emiliano Fernandes. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Fabiana Colturato Aidar, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 23 de dezembro de 2022.