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Benedito Alves de Oliveira

1954 - 2020

Um homem feito de alegria, bondade e generosidade, que sentia especial prazer em fazer o bem.

"Tu tá muito gordo, Bené! Se cuida, caboco!"

"E tu, que é feio? Pra gordo tem jeito, posso emagrecer, mas pra feiura, não!"

Era assim que os amigos Benedito e Evaldo começavam uma conversa, com muita troca de "elogios" e brincadeiras.

E claro, logo caíam na risada, contagiados pela alegria irresistível de um homem que motivava todos a sempre sorrir e viver alegremente, pois, para ele, a vida não devia se ocupar, em momento algum, com baixo-astral nem tristeza.

A ordem, a que todos obedeciam, com incontida satisfação, era soltar a mais alta e sonora gargalhada.

Sua casa estava sempre de portas abertas aos amigos e a quem lhe procurasse, era o Ponto da Amizade, o lugar de encontro da alegria. O pátio elevado da descontração e da simpatia dos que buscavam uma boa conversa, piadas divertidas e gargalhadas retumbantes.

"Meu amigo e irmão Bené nos deixou. Foi levado por Deus para um outro plano, onde seu espírito alegre e brincalhão já deve estar ocupado, alegrando almas bondosas e generosas como a dele", diz o amigo Evaldo.

"Meu amigo Bené, o Benezão, para alguns amigos, ou 'o garoto do morro' para outros, não era feito só de alegria, também era pura bondade e generosidade!', continua Evaldo.

O amigo conta ainda que poucas pessoas que conheceu ao longo da vida demonstraram tanta vontade e dedicação em ser útil, ser bom e ser generoso como Bené.

Sentia imenso prazer e enorme satisfação em ajudar um irmão, um amigo, um estranho. A sua mão, sempre estendida a todos, procurava servir, e o fazia, porque era da sua natureza e porque assim sentia-se feliz. E é assim que Bené será lembrado!

"A tristeza que ora sentimos pela sua ausência há de ser compensada pelas muitas lembranças dos muitos momentos alegres e felizes de convivência com o seu bondoso e generoso espírito. Por isso, e pelas incontáveis vezes em que você me estendeu a sua mão, me acolheu, me serviu e me ajudou, expresso minha eterna gratidão, meu querido amigo e irmão Bené!", conclui Evaldo.

Benedito nasceu em Alenquer (PA) e faleceu em Alenquer (PA), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo amigo de Benedito, Evaldo Viana. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Sandra Maia e moderado por Rayane Urani em 3 de fevereiro de 2021.