Carlos Alberto dos Santos

1972 - 2021

Apaixonado pelos netos, amou os filhos, ainda que estivessem distanciados, e aprendeu que família é o centro de tudo.

Forte e cheio de saúde, ele cursava o último ano de Educação Física como bolsista do ProUni e já sonhava com a especialização que pretendia fazer logo depois de formado.

Era amoroso e dedicado, um defensor nato da família, que não sabia fazer nada se não incluísse todos que conviviam com ele. Nos últimos tempos estava sempre empenhado em declarar o seu amor pelos familiares. Para não se separar deles, resistiu veementemente a ser internado. Antes de sair de casa pela última vez, parecendo adivinhar que não voltaria, despediu-se da esposa pedindo desculpas pelas falhas, agradecendo o seu companheirismo e desejando o melhor para ela.

Segundo sua esposa, Matilde, ele era do tipo que não sabia dizer 'não' e que fazia favores até quando não podia. “Era um negão lindo! Ele era assim, cheio de carinho e gentileza!”, diz ela com saudade.

Carlos havia vivido um primeiro relacionamento e grande parte de sua vida sentiu-se culpado por ter se separado quando os filhos ainda eram pequenos. Ele não se sentia um bom pai, mas amava demais os seus filhos, sofria por eles e era apaixonado pelos netos.

Adorava churrasco, mortadela com refrigerante e comida japonesa. Amava cachorros! Em sua última chamada de vídeo conseguiu perguntar por Luna, sua cachorrinha da raça Shih Tzu. Interessado por política, se vivo estivesse, estaria feliz pela volta do presidente Lula na eleição de 2022.

“Carlos Alberto dos Santos: presente!”, é a última chamada e homenagem de Matilde a seu esposo, reafirmando que ele — que teve a vida interrompida por descaso e falta de empatia dos governantes — estará para sempre presente em sua vida e no seu coração.