1953 - 2020
Gostava de assistir o trabalho da natureza, como ver os chuchus brotarem e a parreira carregar.
Seus olhos azuis clarinhos enxergavam tudo com amor e clareza. Durante a pandemia era um dos poucos a se cuidar na Ceasa, utilizando máscara e disponibilizando álcool para quem fosse comprar seus chuchus.
Durante cinquenta anos de vida, ele plantou e vendeu chuchus. Amava o que fazia e amava os amigos que conquistou ao longo de quarenta e poucos anos como agricultor.
Suas filhas Nathália e Ana Carolina acompanhavam com atenção e respeito tudo o que ele dizia sobre as incertezas, os processos da colheita, das secas e do mercado. “Nosso sustento vinha da terra, da mesma que ele era apaixonado e encantado”, elas contam.
Amava música e dançar forró, tomar sua cervejinha gelada, tocar bumbo, jogar truco e até ir para o Ceasa vender chuchu, ele transformava em diversão. Também amava o Cruzeiro e apesar de ter ficado muito triste com o time, não deixava de acompanhar.
Tinha uma fé imensa em Nossa Senhora e no Bom Jesus e não deixava de visitar Congonhas todos os anos, depois de uma longa caminhada a pé, para prestar suas homenagens.
Diz uma das filhas sobre Carlos: “Meu pai era o melhor pai do mundo. Não era muito bom de palavras, mas agia com amor e com o coração, sempre buscando o melhor pra sua família. Ele era prestativo, incansável, e muito, muito amado. Nada era um empecilho pra tornar os sonhos dos filhos realidade. Sua paixão era estar com a família. Esse campeão está deixando muitas saudades.”
Carlos nasceu Ibirité (MG) e faleceu em Nova Lima (MG), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelas filhas de Carlos, Nathália Cristina de Freitas Campos e Ana Carolina de Freitas Campos. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 13 de janeiro de 2023.