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Catarina Lopes Pereira

1944 - 2021

A comida na mesa, nas tão frequentes e animadas festas da família, era sua forma de amar.

A música alta e animada já era ouvida a algumas quadras de distância. Os braços dela não davam conta de enlaçar todos a sua volta. O rosto se enchia com um sorriso, e às vezes a emoção virava lágrima. Netos e agregados completavam a festa e o clima era de comemoração.

Essa cena nunca foi algo raro na vida de Catarina. Pelo contrário. Sempre gostou de estar rodeada das pessoas que amava, principalmente nas comemorações em família, marca registrada dos Lopes.

Mãe, esposa, avó, companheira. Dona de casa orgulhosa, transformava em comida na mesa seu afeto pelas pessoas que a visitavam. O bolo com chimarrão, aliás, marcou as lembranças daqueles que viveram tantos bons momentos com ela, conta a neta Andressa.

A vida não foi fácil. As conquistas foram fruto de muito suor e batalha, desde o nascimento, em Vicente Dutra, passando por Novo Hamburgo e finalmente por Parobé.

Catarina enfrentou com força e garra os desafios de saúde. Foi um exemplo de vontade de viver. Vó Catarina deixou inspiração e muita saudade.

Catarina nasceu em Vicente Dutra (RS) e faleceu em Parobé (RS), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Catarina, Andressa de Souza Bueno. Este texto foi apurado e escrito por jornalista César Edinei Weiler Ceceltski, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 4 de julho de 2021.