1966 - 2020
Suas delícias serão lembradas com afeto e saudade por quem teve o prazer de saboreá-las.
"Ela era uma pessoa querida, muito sorridente e tinha um coração do tamanho do mundo", assim Celina inicia sua homenagem à irmã.
Ainda jovem, saiu do interior de Minas Gerais e foi para a capital federal em busca de melhores condições de vida. Trabalhou como doméstica e cozinheira.
Era separada e não teve filhos. Cultivou muitos amigos e dedicou-se a zelar pelos irmãos, sobrinhos, afilhados e pelos pais. Sempre que visitava alguém, levava uma lembrancinha ou um presente que era pedido ao Papai Noel. "Eu mesma ganhei muitos!", relembra Celina.
Acordava muito cedo, de segunda a segunda. Trabalhou a vida toda, pois gostava de ter sua independência financeira. Seus últimos trabalhos foram em restaurantes, era uma cozinheira de mão-cheia e o que mais gostava de preparar eram as saladas. Decorava seus pratos, sempre muito coloridos, com muito amor e delicadeza. Quando finalizava a decoração, com a mesa posta, tirava fotografias e enviava para o grupo da família pelo aplicativo de mensagens.
Célia gostava de cidade grande e movimentada, do barulho dos carros e de pessoas, sua vida era feliz assim. Era sorridente, determinada e cheia de luz. Nunca deixou que qualquer dificuldade apagasse seu sorriso. Gostava de fotografar, sempre fazia uma pose especial para logo depois compartilhar em seu status na rede social.
"Ela foi a pessoa mais forte e determinada que conheci, trabalhava todos os dias, tendo apenas uma folga por semana, mas estava sempre disposta a ajudar, era muito digna nas suas obrigações", afirma a irmã revelando que Célia gostava mais de ajudar do que de ser ajudada.
Os dias de quem provava de seu tempero eram, indubitavelmente, muito mais felizes. Agora, as delícias de Célia serão lembradas com afeto e bastante saudade por todos que tiveram o prazer de saborear suas criações.
A mãe de Célia também foi uma das vítimas da Covid-19 e tem sua homenagem publicada neste Memorial. Para conhecê-la procure por Terezinha Luiza Gomes.
Célia nasceu em João Pinheiro (MG) e faleceu em Valparaíso (GO), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Célia, Celina Elias Gomes Gonçalves. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Lícia Zanol e moderado por Lígia Franzin em 2 de abril de 2021.