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Célia Maria Matias Agra dos Santos

1970 - 2021

Com seu dom de acolher e amar, tornou-se uma referência de presença materna para todas as pessoas queridas.

Célia foi uma destas pessoas que tem o dom de cuidar, acolher e motivar os outros. Dotada de inúmeras virtudes, contagiava a todos com o seu sorriso acalentador e com palavras repletas de muita sabedoria. Sua contínua alegria, conseguia trazer cor ao dia mais cinzento.

Ela foi casada com José Alexandre e viveram uma união de muito amor e cuidado durante vinte e cinco anos, enquanto durou sua vida. Formavam um casal temente a Deus e que seguia as orientações contidas no Livro de Coríntios, muito utilizadas nas celebrações matrimoniais: "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

Durante o casamento, enfrentaram juntos muitas lutas, todas superadas com muito afeto e como Alexandre mesmo dizia, a esposa era sua metade, uma parte dele. Dessa sólida união vieram os filhos Wesley e Willian. Após longos anos, a vida os presenteou com Sophia, que completou a família e transbordou amor no coração de todos.

Os acontecimentos da vida a tornaram também mãe das sobrinhas Géssica, Jaqueline e Jennif que conta sobre a tia: "Após o falecimento da nossa mãe, que era irmã caçula da tia Célia, fomos morar na casa da minha avó materna. Éramos as primeiras netas e foi minha tia quem cuidou de nós com todo amor e carinho, se mostrando presente em todos os momentos. Sempre dizia que éramos suas filhas".

Uma de suas muitas qualidades era saber acolher e ela fazia questão de reunir toda a família em datas especiais, mantendo-se constantemente a postos para ajudar no que fosse preciso, além de ocupar o posto de chefe de cozinha em todas as comemorações. Os familiares, por sua vez, aguardavam ansiosamente para saborear as delícias preparadas por ela com tamanho afeto. O sabor de sua lasanha, de sua salada tropical e do estrogonofe serão incessantemente uma memória afetiva. Assim como o seu bolo de chocolate e os seus salgadinhos de queijo, considerados os melhores do mundo.

No seu coração enorme que cabia habitualmente mais um, ela se preocupava com todos os seus amados. Encontrou sua vocação como professora, dedicando-se com afinco ao aprendizado de seus alunos e tendo o entendimento que a educação abre portas e janelas para um mundo de infinitas possibilidades.

Apesar de sua paixão pelo Magistério, a vida a levou para a arte da costura e, assim, o domínio da máquina, das agulhas e dos demais aviamentos fazendo com que ela sentisse muito orgulho do seu ganha-pão diário.

Foi o alicerce de sua família e uma referência materna para todas as pessoas queridas. Ela, com sua pureza de alma, ensinou que a felicidade é algo muito simples: basta amar os outros intensamente e colocar afeto em tudo que se propor a realizar.

As valiosas lições que deixou serão repassadas adiante, as recordações serão revividas, a saudade e o amor se farão eternos.

Célia nasceu em Palmeira dos Índios (AL) e faleceu em Recife (PE), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Célia, Jennif Kelly Matias Agra. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 4 de março de 2022.