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Celso Leal

1951 - 2020

Levava pastéis de feira para as netinhas em troca de um bom cafezinho.

Muito alegre, na vizinhança Celso era chamado de "Celsinho, o jovenzinho". Não havia uma pessoa que não gostasse dele no bairro em que morava. Trabalhava como metalúrgico.

Na família, era mais conhecido como o Tio Celso. Sempre muito carinhoso, cumprimentava os sobrinhos mordendo ou dando um apertão em suas orelhas, uma marca registrada sua. Extremamente dedicado à família, não teve filhos, mas ajudou a criar os sobrinhos, fazendo tudo por eles.

Foi ele quem pagou a vacina de coqueluche da sobrinha Débora para que sua irmã não tivesse que vender a televisão para custeá-la. Ensinou, principalmente por meio do exemplo, seus princípios e valores, entre eles a honestidade, que tinha por principal.

Não falava muito, mas quando fazia uma observação, fazia todo mundo morrer de rir. Também era fera no baralho. Nas horas livres, gostava de ficar com suas sobrinhas-netas, Heloísa, Helena e Lorena, que eram suas "pituquinhas", os amores da vida dele. Dividia sua devoção com seu time de coração, era são-paulino roxo.

Sua sobrinha relembra como ele era um tio dedicado e um grande avô para as suas filhas. "Todos os sábados, lá vinha ele com seus passinhos e trazendo nas mãos pastéis da feira para as netinhas com muito amor. Só o que ele queria era ser recebido com um cafezinho que ele amava".

"Ainda não acreditamos no que houve, acho que Deus não nos permitiu o adeus porque foi somente uma pausa! Um dia nos encontraremos! Saudades!" diz a sobrinha Débora.

Celso nasceu em Guaimbê (SP) e faleceu em Guarulhos (SP), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Celso, Débora Lourenço. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Ana Helena Alves Franco, revisado por Walker Barros Dantas Paniágua e moderado por Rayane Urani em 16 de agosto de 2021.