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Celso Schreiber

1954 - 2020

Amava os seus, mas não queria ser chamado de avô. Decidiu, pois, que seria "parente" dos netos. E assim foi.

Celso tinha imenso orgulho de carregar o sobrenome do pai, mas dizia que, ser filho da Dona Ida, era o que o sustentava em pé. Foi um homem honrado, íntegro e de sonhos ousados, "como devem ser todos os sonhos".

Teve quatro filhos: Edmund, Germano, Batista e Alan. E também teve netos, Arthur e Bryan, mas não gostava de ser chamado de avô, não.

Para ele, o termo o tornava velho. Preferia, em vez disso, ser um “parente” dos netos. Tinha um amor incondicional por eles, mesmo não sendo avô e sim, apenas “parente”.

Celso almejava um futuro melhor para toda a família, era a sua maneira de demonstrar amor e cuidado, mas não só. Foi um marido carinhoso e extremamente cuidadoso com Dona Gema — a quem sempre dizia para "trabalhar menos".

"Se precisar, chama o pai!", ele lembrava aos filhos. Cuidava de todos. Pensava em todos. Agora, cabe à família preservar este zelo, mesmo sem o pai, o marido; enfim, sem o "parente" favorito por perto.

Celso nasceu em Santa Cruz (RS) e faleceu em Roca Sales (RS), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho de Celso, Edmund Schreiber. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Marcia Horacio Barbosa, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 17 de junho de 2020.