1960 - 2020
O presente sempre foi o seu tempo verbal favorito.
Vaidoso, cheiroso, charmoso. Impossível falar de Cláudio Cardoso de Almeida e Silva e não citar estes atributos, que eram sua marca por onde quer que fosse. Era com essas características que fazia graça para as mulheres. Era um namorador. Intenso e repentino, o presente sempre foi o tempo verbal favorito de Cláudio. Vivia como se não houvesse amanhã.
Se Cláudio decidisse visitar algum familiar de última hora, pegava seu carro e ia. Às vezes sem comunicar ninguém. Característica que inclusive gerou até confusão na família. Certa vez, ele levou o sobrinho Rodrigo, que na época tinha 4 anos, para a praia. Só esqueceu de avisar sua irmã Rosalinda. Ela achou que o filho havia sido sequestrado. No início, a situação gerou desentendimento, mas dias depois já estava tudo bem. É que Cláudio tinha esse seu modo de viver.
Também era um profissional muito sério e gostava muito de estudar. Prova disso é que cursou direito, seu sonho, depois de já ter uma longa carreira como engenheiro civil.
Para ele, alegria era casa cheia, família reunida na mesa do almoço, uma cervejinha no fim da tarde, de preferência à beira mar e as inúmeras ligações que fazia a todos que conhecia.
Considerado um eterno jovem pelos familiares, Cláudio até havia se tornado fã do DJ Alok nos últimos tempos. Sempre alegre, se mantinha antenado com o mundo e suas transformações.
Cláudio nasceu em Santarém (PA) e faleceu em São Luís (MA), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo sobrinho e pela irmã de Cláudio, Rodrigo e Rosalinda Cardoso de Almeida e Silva.. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Larissa Paludo, revisado por Juliana Holzhausen e moderado por Rayane Urani em 9 de agosto de 2020.