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Cláudio Roberto Cabral

1964 - 2020

Além de pai, era amigo, confidente e parceiro de séries.

Vivia a contar as histórias dos carnavais dos anos 80, como a vez em que se demitiu para poder passar a sexta-feira em Olinda. Ou a mudança que fez na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), quando mudou de Engenharia Cartográfica para Publicidade, e passou então a reclamar da Publicidade. Por conta disso, sonhava em ter um filho engenheiro, mas vibrou quando a filha escolheu fazer Letras — e agradeceu aos bons deuses por ela ter desistido de Publicidade.

“Painho sempre vinha me perguntar sobre o que eu estava estudando, lia todos os meus trabalhos e não cansava de dizer o quão orgulhoso era de mim e do meu irmão”, conta a filha Lígia.

Apaixonado pelo conhecimento, tinha uma coleção invejável de livros sobre o comunismo na Albânia, obras de Jack London e sobre os imperadores romanos.

Gostava de contar quando recebeu um “10” na prova de história, por citar vários imperadores de um determinado período. Nutria também um enorme amor pelo hinduísmo, chegando a ver vídeos do Sadhguru, diariamente; e meditando ao som de mantras.

Cláudio nasceu em Garanhuns (PE) e faleceu em Recife (PE), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Cláudio, Lígia Alves Cabral. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Ticiana Werneck, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 27 de julho de 2020.