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Claudionor Silvino da Cruz

1933 - 2020

Era um realizador de projetos, que construiu o sonho de muitas pessoas

Dono de uma personalidade forte, Nonô foi um pai presente, um construtor de sonhos, um realizador que colocou em prática muitos projetos ao longo de sua vida, mesmo após sua aposentadoria.

Nascido no interior da Bahia, em uma família de quatro irmãos, sempre foi muito querido por todos. Sem ter conhecido o pai, foi criado por seu avô.

Claudionor foi pedreiro e mestre de obras, casado com Carmosina da Cruz, mãe de seus três queridos filhos: Marcos, José e Maria.

Nonô cuidou dos filhos junto à esposa. Apesar de trabalhar muito, estava sempre presente na criação e educação das crianças.

Sonhava em conhecer muitos lugares pelo mundo. Viajou muito a trabalho por São Paulo, Estado que ele amava e para onde ia duas vezes ao ano, para estar próximo de sua família. Falava que a capital paulista era a cidade do progresso.

Sempre arrumou emprego para seus filhos e netos. “Falava com um, com outro, e arrumava emprego para todos nós. Ao completarmos 18 anos, ele já nos trazia para agências de emprego. Era reconhecido como um touro, pela sua força, e como uma águia, pela sua visão”, conta seu filho Marcos.

Homem de hábitos simples, cuidava de seus cachorros, de suas galinhas, amava ouvir música sertaneja e cozinhar. “Gostava de reunir a família toda sexta-feira para fazer um camarão, uma macaxeira frita”, relembra Marcos.

Para seus filhos, foi um exemplo de pai, amigo e companheiro. Quando sua única filha foi diagnosticada com esquizofrenia, foi Nonô quem cuidou dela, antes de passar a missão a seus outros filhos. A seus entes queridos, transmitiu sua herança mais marcante: a importância do amor e do cuidado entre os familiares.

Claudionor tinha uma lembrança muito importante de seu avô, que lhe falava que “um pássaro deve viver fora da gaiola; precisa voar, viver livre”. Seu filho conta que Nonô lembrava dessa história e chorava – ele também tinha o desejo de ser como um pássaro.

Claudionor nasceu em Crisópolis (BA) e faleceu em Feira de Santana (BA), aos 87 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Claudionor, marcos vieira da cruz. Este texto foi apurado e escrito por Fabíola da Fonseca Machado, revisado por Úrsula Costa e moderado por Rayane Urani em 15 de julho de 2021.