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Cleyton da Silva Dutra

1985 - 2020

Entendia de tudo. Sábio como era, seu legado foi amar sem distinção de cor, credo ou religião.

Amava viajar, conhecer o mundo... Foi para a Europa, Estados Unidos, Argentina e México. Ele aproveitava as viagens para trazer as novidades que via por lá. Cozinhar era também uma de suas paixões, assim como comer, de preferência em lugares exóticos. Sua especialidade: preparar os melhores drinks.

Carinhosamente chamado de Cleyton Moranguinho, em reconhecimento pela trajetória de 18 anos como gestor de uma rede de supermercados local (que leva o mesmo 'sobrenome'), a amiga Ita Clara afirma: "Mais do que ele, só mandava mesmo era o presidente da empresa".

Todos que procuravam por Cleyton tinham a certeza da mão estendida. Foi um excelente amigo, filho, tio, padrinho e companheiro. Uma pessoa rara.

Sempre fez questão de contar para o mundo quem eram seus dois amores: Heloísa, sua sobrinha e afilhada, e Helena, outra sobrinha amada. Ambas retribuíam e manifestam a recíproca da imensidão desse amor. Foi muito dedicado à família, aos pais, seu Iremar e dona Maria do Carmo, e aos irmãos mais novos: Neném e Gleyce. Tinha o dom de amar a família e os amigos. Seu companheiro Jairo compartilhou dessa alegria.

Cleyton exibia uma sabedoria incomum e usava desse talento para ajudar pessoas ao redor. "Ele sabia acolher como ninguém", diz a amiga.

Amava ir para à praia e era um entusiasta quanto o assunto era tecnologia ou fotografia, tanto que aprendeu rápido a fazer filmagens com drones: era o melhor!

Era muito vaidoso e sua marca pessoal sempre foi a elegância. A forma como tratava todos com delicadeza reforçava esse traço de beleza única.

Intenso em tudo o que fazia, tinha também uma urgência de vida, tudo era pra ontem! Nada podia esperar. E tinha uma lealdade com suas crenças e com tudo o que fazia como poucos nesse mundo.

Dentre seus muitos talentos, estava o canto. "Elba Ramalho que o diga, ela mesma teve o prazer de ser acompanhada por ele numa ocasião", conta a amiga Ita Clara.

"Eu e meu marido sentiremos saudades dos pães recheados preparados por Cleyton; mas, sobretudo, guardaremos com grande amor a amizade que tivemos com ele, porque não houve outro amigo nessa vida que fosse como ele", conclui a grande amiga.

Cleyton nasceu em Aracati (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 35 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Cleyton, Ita Clara Teixeira Lima. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Patrícia Scótolo, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 21 de junho de 2021.