1923 - 2021
O lar que Dalva construiu transmitia a sua essência: alegria e acolhimento.
Dalva nasceu em Recife, mas foi aos dez anos para Maceió, morar com uma tia após o falecimento dos seus pais. Foi em terras alagoanas que ela viveu até o seu último dia e também onde conheceu Ribeiro, homem justo e cuidadoso, com quem teve quatro filhos: Rute, Ridalva, Ricardo e Raquel.
Ela educou bem seus filhos e todos seguiram os seus passos no serviço público. Dalva também foi um exemplo de sensatez e palavras alegres, não só para seus filhos, mas também para todos que a conheceram e conviveram com o seu temperamento calmo e acolhedor.
Dos seus noventa e sete anos vividos, dedicou mais de 40 ao serviço público. Foi escrituraria e técnica de previdência do INSS e, assim como no seu trabalho, Dalva era dedicada e comprometida em todas as áreas da sua vida. Na igreja Batista, local que frequentou com assiduidade, construiu uma história baseada em servir ao próximo, sempre à disposição para colaborar com as ações sociais promovidas pela sua comunidade.
Em sua casa, sempre tinha espaço para mais um e ela recebia com carinho parentes, amigos e até desconhecidos que apareciam de passagem pela cidade. Mesmo após seus filhos casarem, a casa de Dalva se manteve cheia com seus bichos: cães, gatos e um papagaio que eram acolhidos da rua e que deixavam os seus dias mais atarefados e preenchiam o seu lar com afeto.
O lar que Dalva construiu transmitia a sua essência: alegria e acolhimento, foi nele que ela viu seus filhos e netos crescerem, cuidou dos seus animais, realizou comemorações e viveu os melhores dias da sua vida.
Dalva nasceu Recife (PE) e faleceu Maceió (AL), aos 97 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Dalva, Ricardo Coelho. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Jaqueline Martins, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 10 de novembro de 2022.