David Guizi Marcelino

1984 - 2020

A personificação da alegria. Amava o Chaves. Dono de uma risada escandalosa que revelava a leveza com que encarava a vida.

Carta aberta da esposa Beth:

David saiu do interior de São Paulo, com 18 anos, para conhecer o mundo. Viajou trabalhando em vários estados do Brasil até chegar em Sinop, em Mato Grosso. Foi nessa cidade, que, aos 23 anos, se apaixonou e casou-se com Mary. Viveram juntos por três meses e ela faleceu. Ele passou, então, por várias dificuldades até se restabelecer.

Nosso encontro aconteceu em 2008 e me apaixonei. Dois anos depois nos casamos. Então me dei conta de que foi a melhor e também a mais difícil escolha da minha vida. De culturas diferentes, enfrentamos dificuldades para conciliá-las, e David ainda lidava com o processo de luto. Mas me dei conta também de que o sentimento que nos unia era mais forte.

Suas qualidades ficaram impregnadas em mim e ajudaram a me tornar uma pessoa melhor. Marido atencioso e carinhoso. Filho compreensivo. Amigo leal. No seu coração bondoso não cabia mágoa, estava sempre disposto a perdoar.

Adorava a série do "Chaves" e contar piadas de "tiozão". Amava crianças, fuscas e carros antigos. Após sete anos de casamento, o desejo de ter filhos estava falando alto e percebemos que havia algo errado. Fizemos acompanhamento médico e descobrimos nossos problemas. Por dois anos fizemos exames e tratamentos. Então decidimos fazer fertilização in vitro no inicio de 2020.

2020 seria o ano de nossas conquistas. David era perito na área em que trabalhava, por isso decidiu arriscar comprando a empresa em que trabalhava. Trocamos nossa casa pela empresa, mas já havíamos adquirido um terreno para construir a casa nova no centro da cidade. Passamos noites em claro projetando a nova casa. Começaríamos a construir em agosto.

David estava orgulhoso. Era empresário, seria pai, moraria em um bairro legal. Tudo parecia tão certo. No dia 20 de julho começaria a tomar a medicação para a fertilização. Os remédios já estavam na geladeira. Mas não houve tempo, ele se foi antes e repentinamente, levando consigo nossos sonhos.

Celebraríamos nossas bodas de 10 anos de casamento em 6 de agosto. Mas, não foi possível, passei o dia sozinha no vazio em que você me deixou.

Sua partida está sendo sentida por muitas pessoas, pois você fazia amizade fácil onde chegava.

Sua luz vai continuar brilhando, vamos lembrar de você em nossas reuniões, das suas piadas e brincadeiras que nos divertiam tanto.

Você ensinou amor por onde passou. E sua lembrança sempre será envolta de amor e alegria. Te amo eternamente.
Sua Beth