1953 - 2020
Gostava de receber os filhos e os amigos com um delicioso cafezinho acompanhado de bolo de tapioca.
Ele se intitulava "Dilsinho de açúcar das meninas", tamanha era a sua doçura com as mulheres da família. Casou-se duas vezes e era pai de quatro filhos. Como marido foi dedicado e cúmplice de todos os momentos. Foram trinta e oito anos de amor verdadeiro, num casamento sólido, que se construiu e fortaleceu dia após dia. Como pai sempre soube educar os filhos, sem comparar, nem julgar. "Era um avô dedicado", lembra com carinho a filha, Joyce: “Ele era meu apoio diário, meu braço direito nos cuidados com minhas filhas. Para ir a médicos, terapias... Em quase tudo ele estava presente”.
Dilson era um filho e um irmão generoso, que gostava de ajudar seus irmãos. Aos domingos tinha o hábito de almoçar na casa de sua mãe. Gostava de sentar-se à mesa e estar com a família. Elogiava bastante o pudim que sua mãe fazia e considerava o feijão da irmã o melhor de todos. Em casa, costumava recepcionar os filhos e amigos com um delicioso cafezinho, feito por ele, acompanhado de bolo de tapioca, que era o seu favorito. Aliás, todas as tardes ia até a padaria comprar o bolo fresquinho. De suas habilidades culinárias a filha lembra do bolinho de arroz para acompanhar o café e do mingau, que era preparado com muito carinho atendendo ao pedido da neta que dizia: "Vovô, papinha!" E ele prontamente atendia. Tinha o hábito de acompanhar até a porta as pessoas quando se despediam e para as filhas dava sempre a sua bênção: “Deus te abençoe”, dizia ele ao despedir-se.
Dilson era muito brincalhão. Gostava de brincar com o nome de algumas pessoas: chamava uma neta de Juliatóia, porque o nome dela é Julia Vitória; a outra, chamava de Malumaria, porque o nome é Maria Luiza. O sobrinho Diego ele chamava de ordinário, brincando. Dos episódios engraçados a filha lembra do dia em que um fusca do pai ficou “no prego”, como se costuma dizer no Maranhão. “Papai gostava de fusca, o último dele foi um modelo Itamar. Só que os carros viviam no prego. Uma manhã, o carro não quis pegar e minha mãe e eu fomos empurrar. Papai ficou controlando o volante pelo lado de fora do carro e não sei como ele se desequilibrou e caiu. Mamãe e eu continuávamos a empurrar, mas não o vimos no chão. O carro o arrastava e ele só ria e não conseguia nos avisar; só paramos porque, pela lateral do carro, eu vi que ele estava pendurado. Pensei que tinha sido atropelado! Quando conseguimos parar, ele se levantou, com a calça rasgada, rindo; mas depois ficou bravo, porque a gente tinha continuado a empurrar o carro”.
Era um homem de muita fé, religioso, de muita fidelidade a Deus. Sempre buscou em suas orações o suporte necessário para ultrapassar seus desafios e foram muitos. Um coração puro e bondoso que agora deixa saudade!
Dilson nasceu em Rosário (MA) e faleceu em São Luis (MA), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Dilson, Joyce Anne Bastos de Sousa Araújo Costa. Este tributo foi apurado por , editado por , revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 17 de dezembro de 2021.