1939 - 2020
Fazia uma comidinha simples que sua neta adorava.
Possuía uma fé imensa, estava sempre na igreja.
Acolheu em sua casa, durante um tempo, sua neta Marina, e isso contribuiu para que se tornassem ainda mais próximas. O vínculo de avó e neta ia muito além disso, elas eram grandes amigas. “A gente sempre andava na rua de braços dados. Muita gente tem vergonha, mas eu fazia questão”, conta a neta.
Fazia uma comidinha simples que Marina adorava, mas ainda assim ela perguntava: “Você gosta mesmo da minha comida?”, e a resposta sempre a deixava feliz: “Sim, vó! Eu gosto!”
Muito honesta, andava sempre em dia com suas dívidas, não ficava devendo a ninguém e nem nunca sujou o seu nome. Mesmo recebendo a sua aposentadoria, nunca gostou de ficar parada. Coletava material reciclável e fazia crochê para complementar a renda.
Morava sozinha, mas mantinha contato frequente com sua família e fazia questão de ajudar no que fosse necessário. Extremamente generosa, socorria todos que precisavam dela.
Dona Diva também era muito vaidosa, não saía de casa sem se arrumar. Adorava vestidos longos, saias, colares e brincos.
Às vezes quando sua família se reunia em casa, eles tocavam e cantavam seus hinos preferidos. Mesmo toda desafinada, adorava participar dos momentos de cantoria. Era um momento de muita alegria entre eles, isso a deixava muito feliz.
Junto dela, sua filha Marlene Moreira dos Santos Reversi e seu neto Jaiel Gieze Reversi também perderam a vida na luta contra a Covid-19 e suas histórias constam neste memorial.
Diva nasceu em São Paulo e faleceu em Guapiaçu (SP), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Diva, Marina dos Santos Reversi. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Renata Alice Nunes de Oliveira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de outubro de 2020.