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Djalma Avelino de Souza

1955 - 2020

Sempre que lhe perguntavam como estavam as coisas, dizia: “Melhor, só no céu”.

Era um homem protetor e um pai carinhoso. Amava cuidar da família e preservar a ligação especial que possuía com seus cinco filhos.

Era do tipo que andava pela casa de madrugada, só para checar se as crianças dormiam bem. Daqueles que deixava que as filhas o pintassem igual a uma boneca para vê-las sorrir; de adorar o apelido dado pelos netos, que o chamavam de “Vô Pijama”.

Um eterno romântico, ensinou os netos a entregar flores às mães, já que ele fazia o mesmo com sua própria mãezinha.

Ensinou ainda sobre espiritualidade e amor ao próximo. Não era um homem de grandes ambições, gostava de coisas simples, como cuidar dos bichos e da horta. Seu único grande sonho: conhecer Jesus.

Passava horas cantarolando com as filhas as músicas do rei Roberto Carlos, de quem era grande fã e conhecia a discografia por inteiro. Ele e uma das filhas firmavam uma promessa cantada com a música que era dos dois, e que retratava o que possuíam: “Onde você estiver, não se esqueça de mim...”

Com ele não tinha tempo ruim. Independente das dificuldades, seu bom humor era constante. Sempre que lhe perguntavam como estavam as coisas, insistia em dizer: “Melhor, só no Céu”.

Djalma nasceu em Vitória de Santo Antão (PE) e faleceu em Maceió (AL), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Djalma, Priscila Souza. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Letícia Ramos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 17 de agosto de 2020.