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Donizeti Aparecido Martins

1962 - 2020

Um eterno garotão com seu All Star. Sinônimo de alegria, adorava churrasquear e fazer uma boa cantoria.

Por mais de trinta e cinco anos, Doni foi revisor de qualidade na mesma empresa e esse fato é, por si só, um testemunho de sucesso. Acontece que a vida não é feita só de trabalho e, também por trinta e cinco anos, Doni foi casado com Maria do Bonsucesso com quem teve três filhas e construiu uma bela família.

Para Luana, Priscila e Liana, Doni foi "o melhor pai do mundo". Mais para frente, também se tornou o melhor avô do mundo para as netas por quem nutria uma paixão especial. É a filha do meio que conta que o pai será seu herói para sempre, tendo deixado muitas lembranças valiosas na memória de todas.

Foi com Doni que Priscila aprendeu a ler, a andar de bicicleta sem as rodinhas e a jogar videogame. "Era ele quem me contava histórias antes de dormir. Sempre a mesma, do Pinóquio", relembra a filha com carinho. E por falar em história, foi conversando com o pai que Priscila sentiu Elisa mexer pela primeira vez em sua barriga, uma lembrança que certamente merece ser recontada muitas e muitas vezes.

É que bons momentos precisam de algum tipo de registro para que se tornem eternos, seja por meio da palavra ou de algo mais palpável. Doni sabia disso e foi o responsável pela maioria dos registros fotográficos da infância de Priscila e de suas irmãs.

Corintiano fanático, Doni pertenceu ao "bando de loucos" inclusive fora do universo do futebol. Priscila conta que o pai "falava cada coisa e tinha cada ideia!" Isso, sem falar na visão política meio rebelde e no gosto musical eclético que, inclusive, era trilha sonora dos churrascos inesquecíveis que ele tanto gostava de fazer ― momentos que representavam o ápice da felicidade para ele.

Querido por toda comunidade e sempre disposto a ajudar os outros, Doni era um homem de muitos amigos. Gostava de reunir os seus para assar uma carne, curtir uma cervejinha gelada e uma música em volume alto, de preferência, com um microfone pra cantar junto. Era fã de Roberto Carlos, Fagner, Lulu Santos, Tim Maia e Bee Gees mas também de um "baião sertanejo", samba e pagodão anos 90.

Doni era "um garotão com seu All Star" que adorava se divertir sem deixar de lado a responsabilidade que um pai e avô de família deve ter. Pediu para que as filhas se cuidassem e cuidassem uma das outras, e deixou uma lição que fica a cargo do tempo: "Meu pai me ensinou muitas coisas, só não me ensinou a viver sem ele", conclui Priscila em sua homenagem.

Donizeti nasceu em Jacareí (SP) e faleceu em Jacareí (SP), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Donizeti, Priscila. Este tributo foi apurado por Júllia Cássia, editado por Larissa Reis, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de novembro de 2020.