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Edimar Ferreira Mendes

1972 - 2021

Serralheiro animado, era fã do Amado Batista e devoto de Nossa Senhora d’Abadia.

Edinho, como era conhecido por todos, tinha um sorriso tímido, altura mediana e um coração imenso.

Serralheiro por necessidade e por talento, tinha muito orgulho da profissão que escolheu e para a qual foi escolhido. Na pequena cidade de Ivolândia, não foram poucas as vezes que socorreu algum morador que precisasse do seu trabalho. Amava o que fazia e, talvez por isso, fizesse tão bem, como só ele sabia fazer.

Foi esposo de Leida, mas antes disso foi pai de Thalita Cristina, Bruno Mendes e Victor Mendes, e avô de Miguel Kairon. Foi um tio muito amado, sempre que se reuniam era uma alegria só. Entre os irmãos, também era muito querido, e tinha pela mãe um zelo e amor que só os filhos sabem ter. Dona Dominga, a senhorinha de personalidade forte e franqueza única, derretia-se toda pelo filho que fazia de tudo pelo bem e felicidade dela. Amava ver a família realizada, porque sabia que quando os nossos estão felizes, a gente fica feliz também.

Apaixonado por futebol, amava o jogo tanto como espectador quanto no papel principal. Jogou durante um tempo no time da cidade, e era ex-vice-presidente da "Associação Atlética União Ivolandense". Também acompanhava sempre os jogos do Flamengo, time do coração, às vezes chateado com as derrotas, mas sempre vibrante com as vitórias. Tinha um jeito acanhado e doce, e quem quer que passasse por ele na rua, não voltava para casa sem um sorriso tímido e amigável no rosto. Presente do Edinho.

Gostava de comidas com caldo, como costelada e peixe e, como bom goiano que era, não abria mão de uma deliciosa pamonha acompanhada de um copo de refrigerante de cola. Animado, se divertia nas festas aproveitando bastante e gostava muito de ouvir música. Era fã do cantor Amado Batista, sabia quase todas as músicas de cor.

Edinho deixa saudade em todos que tiveram a oportunidade de conhecer o homem amável e simpático que foi. O querido serralheiro que trabalhava em meio ao barulho, silenciou não apenas as ferramentas de trabalho, mas também calou um pouco da cidade, que já era pequena, e parece ficar um pouco menor com a sua partida. Todos sabem que a partida é dolorosa, mas momentânea. Quando chegar a hora, o reencontro virá com gosto de pamonha e música do Amado Batista. Enquanto isso, do lado de lá, o querido Edinho segue amando e intercedendo pelos seus junto de quem pode. Todo mês de Agosto, especialmente no dia 15, Nossa Senhora da Abadia tem um serralheiro muito bom para ajudar nos preparativos da festa no céu.

Edimar nasceu em Moiporá (GO) e faleceu em São Luís de Montes Belos (GO), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Edimar, Eliamar Ferreira Mendes Soares. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 29 de março de 2021.