1936 - 2020
Era muito vaidosa, fazia as unhas e os cabelos, e nunca ia para a rua de chinelos: era uma lady.
Dona Edite adorava passear, conhecer lugares e pessoas.
Quando jovem, trabalhou na roça. Depois, já em São Paulo, trabalhou em casa de família. Sua família era seu porto seguro; agradava todos os filhos, cada um com seu prato preferido e sempre esperava por eles, pelos netos e bisnetos para o almoço de domingo com um lindo sorriso no rosto. Ficava feliz em recebê-los e seu maior desejo era ver todos bem e felizes.
Era uma senhora que acolhia todos com amor e carinho. Na sua rua, em um bairro de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, não havia quem não a conhecesse; afinal, viveu por quarenta e nove anos no mesmo endereço.
Adorava reunir a família, juntar amigos e irmãos. Ria e sorria para todos e tinha sempre uma palavra de carinho para oferecer.
Cachorros, gatos e papagaio eram suas companhias no dia a dia. Era daquelas que iam à missa todos os domingos e, todo o santo dia, dava café para a lora e conversava com suas plantinhas.
Fazia questão de contribuir com doações mensais para várias instituições e ofertava alimentos para a igreja todo primeiro domingo do mês.
"A mãe era pura harmonia, fazia todos os afazeres da casa cantando", conta Carlos Douglas, um dos cinco filhos de dona Edite.
Saiu da vida e se fez estrela, coisa que já era em vida. Deixou seus filhos, netos e amigos com muita saudade.
O filho Carlos Douglas finaliza sua homenagem à mãe, mandando um recado: "Continuamos cuidando do seu jardim e suas flores estão lindas. Suas netas relembram todas as tuas falas."
Edite nasceu em Cruz das Almas (BA) e faleceu em Guarulhos (SP), aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Edite, Carlos Douglas Pereira. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Lígia Franzin, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 6 de novembro de 2020.