Edmam Barreto da Silva

1946 - 2020

Foi a luz que guiou o caminho de incontáveis migrantes; ensinava o ofício de eletricista e a importância da honestidade.

Homenagem da filha, Luci, a seu amado pai:

Meu paizinho ou Baiano como todos o conheciam. Era um homem cheio de raça e trabalhador; exercia o ofício de eletricista profissional. Costumava ir aos locais de trabalho com a ajuda de um motorista; no entanto, sem nunca ter tocado em um volante, dirigia mais o carro do que o próprio condutor.

Em sua profissão, ajudou muitas pessoas que vinham da Bahia em busca de oportunidades de trabalho. Ele amava ajudar e ensinar seu ofício aos que vinham tentar vida em São Paulo. E não ensinava apenas o que dizia respeito ao trabalho com eletricidade, não; ensinava, principalmente, a ser honrado, honesto e correto.

Era um homem muito bravo, gostava das coisas muito certas. Não era de muitos sorrisos. No entanto, o que tinha de sério e sisudo, tinha de bondade. Meu pai era pura luz, não podia ver ninguém passar necessidade; jamais negou um pão ou qualquer tipo de auxílio aos necessitados. Abria sua casa com todo desprendimento humanitário. Ajudava os esquecidos pela sociedade e os levava para trabalhar com ele.

Amava as festas de final de ano; fazia questão de fazer o seu próprio e caprichado foguetório; nessas ocasiões eu via em seus olhos o brilho de um olhar de criança, ele ficava encantado com as luzes no céu. As Semanas Santas também nunca mais serão as mesmas, sem a sua presença. Quando chegava a Páscoa, meu paizinho dizia que não queria ovos de chocolate como todo mundo quer, ele queria um ovo de cocada.

Paizinho querido sinto seu cheiro perfumado. Mesmo sem gostar de perfumes, você tinha seu próprio cheiro. Eu sempre sentirei a sua falta e jamais terei palavras suficientes para expressar a honra que sinto em ter tido a dádiva de ter você como pai.