1964 - 2020
Todas as manhãs, antes de ir para o trabalho, tinha o costume de ligar a TV para acompanhar as notícias.
"Ele era alegria em pessoa e, de fato, nos ensinou muito sobre a vida", relembra a filha Elaine.
Edvaldo começou a trabalhar cedo para dar suporte à mãe. Dividia seu tempo entre os estudos e o trabalho. Passou por diversas funções: foi ajudante de pedreiro, cobrador... Até que veio o concurso da PM, em que passou na oitava colocação. Ficou feliz por poder ajudar a mãe e de ter a liberdade de lhe dizer: "Mãe, pode comprar. Eu pago!"
Ele era, nas palavras de sua filha, "do tipo de policial que não se corrompia. Não era violento, apenas fazia o seu trabalho enquanto estava de serviço. Tanto é que muitos falavam que ele não tinha jeito de policial. Quando estava de folga, era um cara boa praça, simpático, comunicativo e que gostava de ajudar o próximo".
"Um menino grande", ela o descreve, "que não deixava as adversidades da vida levarem a sua paz, pois seu coração era bom."
Elaine conta que ele era tão proativo que não queria parar de trabalhar. Aposentou-se e, não demorou muito, foi para a guarda, mesmo contra a vontade da família. "Ele merecia descansar depois de mais de trinta anos na ativa. Mas, como ninguém o segurava, continuou trabalhando", ela prossegue.
Edvaldo fazia questão de acordar de madrugada para chegar mais cedo no serviço e tinha o costume de ligar a TV no jornal, todas as manhãs, para ver as notícias enquanto se organizava.
"Painho", como ela o chamava, deixou lembranças e o sentimento de eterna gratidão por parte de todos que o amavam. "Sou grata a Deus por ter tido a oportunidade de ter um pai como o senhor", finaliza Elaine.
Edvaldo nasceu em Recife (PE) e faleceu em Recife (PE), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Edvaldo, Elaine Cristina da Silva. Este tributo foi apurado por Beatriz Maia, editado por Mariana Lopes, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 10 de setembro de 2020.