1970 - 2020
"Sê como Maria... Um sinal de Deus no mundo!"
Edvania dedicou sua vida ao serviço a Deus e aos irmãos necessitados.
Nascida na capital paraibana, no seio de uma família católica, muito cedo se interessou pela igreja. O seu fervor na busca de Deus e a sua sensibilidade pela dor do outro já eram sinais da vocação que estava prestes a lhe ser revelada.
Na juventude, participou da Renovação Carismática Católica, onde teve profundas experiências de fé. Com algumas amigas, reunia-se em vigílias de oração, inspiradas pelo amor à Nossa Senhora.
Movida pelo carisma mariano e pelos profundos momentos de oração, com ajuda das suas irmãs de fé, promoveu uma ação direcionada à distribuição de sopas e, posteriormente, ao acolhimento de gestantes e mães em situação de risco social. Projetos, que transformou em uma obra ainda maior.
“Nascia a Comunidade Casa da Paz Maria de Nazaré: primeiro, no coração gigante de Edvania que, transbordando para suas irmãs de Missão, assumia os pequenos espaços físicos da que testemunharia, dali em diante, inúmeros gestos de amor a Deus, aos irmãos e à Santa Igreja”, conta Germana, madre do Instituto Religioso, fundado por Edvania.
Uma das preocupações dela era que a Comunidade não se resumisse ao fornecimento de alimentos para o corpo, portanto, por meio da evangelização e da submissão à Igreja, reforçava sempre a missão de alimentar a alma. "Tinha muito carinho pelos sacerdotes, pois reconhecia, em cada um deles, o próprio Jesus Cristo."
Com seu sorriso largo, sua ternura no olhar e sua firmeza em decidir, enfrentou lugares de difícil acesso para falar de Jesus e cuidar dos irmãos. Não deixou a fé esmorecer, nem mesmo diante de uma enfermidade.
Na visão de Germana, bem sabia Edvania que era estrangeira aqui, e que o Céu era o seu lugar, pois sempre cantarolava que sua "vida estava escondida no Cristo", afinal passou a vida fazendo o bem e buscando as "coisas do alto".
Madre Germana conclui dizendo que Edvania deixa "um legado de amor e entrega total a Jesus pelas mãos de Maria, sendo inspiração na geração de muitas vocações para a Comunidade Casa da Paz Maria de Nazaré". E que sua vida "torna-se agora um conhecido testemunho, que eterniza suas ações e sua memória na vida de tantos que agora podem compreender melhor a expressão do carisma fundado: ser como Maria, um sinal de Deus no mundo!"
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Assim era minha mana, uma mulher alegre e feliz com sua missão na Casa da Paz Maria de Nazaré, fundada por ela, em 1999, onde deixa 20 filhos.
Seu sorriso, sua doação e fé, são exemplos de vida.
Obrigada por tudo!
Pelo que foste para quem teve o privilégio de te conhecer, teu exemplo de doação e amor... tuas orações... teu acolhimento, os puxões de orelha e tudo que plantaste nesta vida! Obrigada por me ensinar sobre o amor de Jesus e Maria!
Foste como Maria, um sinal de Deus nos céus!
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...E se essa é a missão de Jesus, é também a nossa missão...
Meu pai já sinalizava esta pessoa que Edvania se tornaria. Quando ela ainda era pequenina, ele dizia que Edvania era "diferente", talvez ele sentisse que "Vaninha" teria missão diferente.
Minha irmã teve uma vida de entrega, doação e amor ao próximo, foi luz e alento na vida de muitas pessoas, deixou um lindo legado.
Tenho certeza que Deus a receberá com o mesmo amor que ela espalhou na Terra. Sua partida precoce nos deixa com coração dilacerado, a dor é imensa, mas quero guardar o seu sorriso constante, sua alegria em servir e todo o amor que recebi dela e que dedicou também aos meus filhos.
No convívio familiar, quando ainda não era consagrada, Edvania sempre foi minha parceria em tudo, até na profissão, nas escolas que trabalhamos juntas, nas brincadeiras de infância, no forró. A cumplicidade era tanta, que ficamos comadres, deu-me o Rafa, seu primogênito, para eu batizar. Ela teve dois filhos biológicos: Raquel Freire e Rafael Freire. Antes de se consagrar, tinha uma vida comum e era uma filha amorosa; das irmãs, a mais tranquila. Exerceu a função de professora, onde já mostrava seu dom com as crianças, até que, em 1999, ela disse a mim que recebera um chamado. Na época, não soubemos lidar com essa vocação, pois não tínhamos compreensão da grandiosidade, mas ela seguiu e era feliz por servir a Deus e ensinar o amor de Jesus e Maria.
Quero deixar meu forte abraço a todos os 50 sobrinhos, todos os membros que são uma extensão da nossa família. Creiam, todos vocês, que contarão comigo para a continuação desta obra que faz minha irmã permanecer entre nós.
Edvania nasceu em João Pessoa (PB) e faleceu em João Pessoa (PB), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã e pela amiga de Edvania, Simone Marinho Barreto e Germana Souza de Jesus. Este texto foi apurado e escrito por Simone Marinho, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 12 de agosto de 2020.