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Edwagner Amaral dos Santos

1985 - 2021

Carregava consigo o verdadeiro sentido de amar e deixou na memória da família bem mais que as selfies, que eram a sua paixão.

Sabe aquele tio que é o paizão para todos? Assim era Edwagner. Muito alegre e apaixonado por sua família. Essa é a descrição saudosa de Alexandre, sobrinho desse cara incrível. "Meu tio era quem fazia farra junto à mamãe. Quando os dois se juntavam era forró e felicidade o dia inteiro."

Edwagner trabalhava como produtor de mamões na zona rural. Mesmo em serviço, não perdia a graça e junto aos amigos sempre fazia festa. Brincava com todo mundo e, apaixonado por fotos, a cada minuto registrava o momento com uma selfie. Divertia-se muito e soltava sua gargalhada característica e o costumeiro bordão: "devo registrar, porque com essa belezura só tem eu".

Um ser humano que não dava morada a dias ruins. Sempre com um belo sorriso, carregava consigo o verdadeiro sentido de amar. Por onde passava, deixava ─ sem nem saber ─ um pouco do seu melhor sentimento: a gratidão. Alexandre compartilha: "somos gratos por tudo que meu tio fez por nós e, sem dúvida, por ser o responsável pelos nossos melhores sorrisos hoje estampados na face".

A família se reunia todo final de semana e Edwagner era como um pai para todos. Não lhe faltavam respeito e acolhimento ─ era um porto seguro. Encantado pelos filhos e guia protetor de cada um deles, constantemente dizia que eram sua herança e que não podia deixá-los sozinhos.

Além da fotografia, era apaixonado por músicas antigas ─ MPB, samba... para onde quer que fosse, carregava um aparelho de som e todos os CDs que tinha.

Também sobrava tempo aos fins de semana para dedicar-se ao futebol e às alegrias com seu time, campeão de jogos. O que lhe rendia mais das famosas e frequentes selfies, que agora deixam saudade.

"Vixe, vamos tirar uma foto, registrar cada segundo!", diria ele.

"Com certeza, tio! E obrigada por todos os momentos vividos ao seu lado. Estão todos registrados em nossas memórias, que vão além das fotos. Afinal, como você mesmo dizia, 'dessa vida levaremos o quê? Apenas lembranças dos momentos vividos juntos'. E as lembranças foram as melhores, não temos dúvida!", conclui Alexandre.

Edwagner nasceu em Pinheiros (ES) e faleceu em Pinheiros (ES), aos 35 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo sobrinho de Edwagner, Alexandre de Souza Pêgo. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Denise Pereira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Ana Macarini em 14 de fevereiro de 2022.