1948 - 2020
Uma paraense encantada pelos saberes, voltou aos bancos da escola, tendo o terceiro filho como colega de turma.
Dona Elaide, como era conhecida na comunidade do Abade, em Curuçá, no estado do Pará, foi devota de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; exatamente a santa que representa a Mãe de todos, aquela que jamais deixa seus filhos em aflição. Qualquer semelhança com Dona Elaide não é mera coincidência.
Mãe de seis filhos, todos eles educados com muito zelo e coração, foi casada por cinquenta e quatro anos com Seu José, a quem dedicou seu afeto e atenção amorosa.
Era divertida, gostava de se manter sempre informada. Compreensiva, era uma excelente ouvinte e conselheira. Apreciava boas conversas, fazer caminhadas e ler a Bíblia.
Trabalhou como servente na escola da cidade e como doméstica. Seu trabalho mais notório, no entanto, foi criar seus filhos com pulso firme, dentro do que ela seguia como ético e correto; possuía valores admiráveis.
Tinha paixão pelos estudos, tanto que, já adulta foi buscar continuá-los. Certa vez decidiu terminar o Ensino Fundamental, caiu na sala de seu terceiro filho, que precisou andar na linha naquele ano.
Mulher muito querida por quem a conhecia. Praticava o amor ao próximo. Dotada de natureza humana e justa, era bem capaz de passar um belo sermão naqueles que não agissem no bem.
Jamais esqueceremos as boas e infinitas conversas. Quem diria que a filha e neta de mulheres centenárias iria partir tão jovem.
Saudade.
Elaide nasceu em Viseu (PA) e faleceu em Curuçá (PA), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Elaide, Josely dos Santos Fernandes. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Josely dos Santos Fernandes, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 19 de maio de 2021.