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Eliane Marques Fontes

1958 - 2021

Espalhava a alegria de quem aprendeu a rir de suas próprias gafes.

Pedagoga, policial, contadora de histórias e cozinheira de mão cheia, a cuiabana Eliane, filha de Marques Fontes e Nazionena Fontes, tinha um coração gigantesco, e distribuía amor e compaixão por onde passasse. Foi professora e amava lecionar para as crianças.

Assumiu a carreira de policial penal em 2004, através de um concurso público, e trabalhou no CASE Internação Provisória e Internação Feminina – Complexo Pomeri de Cuiabá, onde ganhou o apelido. Todos os anos, Eliane mobilizava os servidores para a confraternização das menores com os familiares. Fazia questão de chamar a própria família para realizar o almoço.

A festa era o maior sucesso e, o mais importante de tudo, fazia parte de um resgate, de devolver a esperança de que dias melhores sempre estão porvir. Porque com a Eliane sempre havia fé, alegria e sorrisos. Ela morria de rir, e tinha inclusive o maravilhoso dom de rir de si mesma.

Seus pratos preferidos eram bobó de galinha, sua especialidade na cozinha, além de peixe e galinha com arroz. Mas o que mais sabia fazer era servir e ajudar a quem precisasse, cuidar da família e dos amigos. Um tipo de ser humano raro, daqueles que deixam grandes legados de exemplo, deixam saudade, mas principalmente deixam preciosas lembranças.

"Aos que ficam por aqui, fica a gratidão por ter tido o privilégio de conviver com ela. Aos que agora estão com ela lá no céu, a certeza de que alguém muito especial chegou para fortalecer aqueles que olham por nós", diz o sobrinho Luiz Humberto.

Eliane nasceu em Cuiabá (MT) e faleceu em Cuiabá (MT), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo sobrinho de Eliane, Luiz Humberto Souza Silva. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Ricardo Valverde, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 1 de outubro de 2021.