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Élio Guedes Dias

1967 - 2020

Não podia ver uma bola que na mesma hora saía mostrando seu talento no futebol.

Élio era louco por futebol, não podia ver uma bola. Na juventude chegou inclusive a jogar profissionalmente, dava show nos campos de futebol. Depois, vieram as responsabilidades da vida adulta e o futebol passou a ser mesmo só uma paixão e a atividade preferida das horas vagas para esse torcedor do Botafogo.

Vivia uma união estável com Francisca já há vários anos; desta união nasceu o filho Wesley, hoje já um rapaz de 18 anos - muito apegado ao pai. Adorava estar junto de sua família e era aquela pessoa com quem se pode sempre contar, pois amava ajudar todos à sua volta. Trabalhava como servidor público, já havia servido o exército, era um homem íntegro, alegre e de muita fé.

Muito brincalhão, estava sempre bem-humorado e gostava de apelidar as pessoas que mais amava. Maiane que é casada com um sobrinho de Élio conta uma lembrança feliz que guarda do "tio": "Eu não sabia tocar violão , só sabia algumas notas aleatórias. Ele pediu pra eu tocar uma música, mas como eu não sabia muito bem , toquei qualquer coisa e ele começou a cantar uma música de Roberto Carlos. Não tinha uma melodia concreta, mas foi muito engraçado e divertido!". Estar perto do Élio era sempre uma delícia porque ele era essa pessoa leve, que sempre acha um jeito de brincar com a vida.

Outra paixão do Élio era viajar; o destino nem importava tanto, para ele o fundamental era estar junto de sua família. Certa vez, fez uma viagem para Minas Gerais do jeitinho que ele gostava: com todo mundo. Foram para a casa de um cunhado na cidade de Paracatu, ele, a esposa, o filho, os irmãos e os sobrinhos. O ponto alto da viagem para o Élio foi uma divertida partida de futebol com bola dentro do rio. Nessas ocasiões, ele aproveitava mesmo para se gabar de suas habilidades futebolísticas e dizia: "Nem o Zico jogava igual a mim!".

Está fazendo muita falta a alegria do Élio, suas piadas, sua presença e seu jeito brincalhão. E é muito bonito ter sido uma pessoa cuja lembrança mais marcante para todos seja sempre a sua alegria. Uma hora dessas, pode ter certeza de que ele já organizou várias partidas de futebol lá no céu, com torcida e tudo. O craque do time? Élio, sem sombra de dúvida!

Élio nasceu em Brasília (DF) e faleceu em Brasília (DF), aos 53 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Élio, Maiane Raquel Oliveira Lima. Este tributo foi apurado por -, editado por Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 22 de fevereiro de 2021.