1944 - 2021
Ensinava que as palavras são poderosas e que ser uma pessoa positiva “tem um poder imenso e traz coisas boas”.
"Quer um refrigerante, querido?" Era assim que Eni recebia pessoas em sua casa, fosse familiar ou amigo. Esta era uma maneira gentil de mostrar toda a sua atenção e carinho pelo outro. Bruno, o neto de Eni, conta que a avó nunca deixou de ser atenciosa e generosa. "Tu chegavas na casa dela e saía empanturrado de comida", lembra.
Natural de Vacaria, nos Campos de Cima da Serra gaúcha, Eni residia em Porto Alegre, onde exerceu durante muitos anos a profissão de comerciante. Segundo Bruno, a avó era uma pessoa em quem se podia confiar e contar a qualquer momento: ela sempre estava disposta a ajudar de alguma maneira, independentemente da situação.
Eni costumava trazer bons conselhos, como nunca dizer que algo não poderia ser feito, ensinando sempre a todos que as palavras têm poder. "Ela dizia: 'Seja positivo, porque isso tem um poder imenso e traz coisas boas'", comenta Bruno. Ela sempre tentava mostrar o lado bom das coisas, sob perspectivas diferentes.
O neto resume Eni como uma pessoa muito doce, gentil, preocupada com a família, com o futuro dos filhos e dos netos. "Ela era uma pessoa inigualável, uma pessoa linda, muito querida e carinhosa. A minha vó era demais!", diz ele.
A maior lembrança que Bruno tem da avó — e que levará por toda a vida — foi quando ele comprou a primeira câmera fotográfica. Ele levou o equipamento para mostrar para a avó, que o recebeu com imensa felicidade pela conquista. "Eu tirei fotos muito bonitas dela, que eu guardo com muito carinho", relata Bruno.
Eni nasceu em Vacaria (RS) e faleceu em Porto Alegre (RS), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo neto de Eni, Bruno Rodrigues Prade. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Thiago de Loreto Treichel, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 5 de janeiro de 2022.