1954 - 2020
O colecionador de amigos, que estava sempre à disposição para ajudar, dividia tudo o que tinha nas mãos.
“Bença, vô!"
"Deus te abençoe, minha filha”
Este corriqueiro diálogo é uma das mais queridas lembranças que sua neta, Anelise, guarda na memória. Juntamente com os almoços em família, os churrascos carinhosamente preparados por Ercílio para recebê-la, as brincadeiras de dar petelecos, a bombacha presenteada e o abraço apertado, caloroso e cheio de saudade.
Ercílio, ainda adolescente, ajudava seus pais e irmãos no sustento da casa, na lida, e na agricultura. Sempre muito trabalhador, foi entregador de leite com cavalo e charrete, auxiliar de topografia e comerciante.
Muito ativo na comunidade, participava da diretoria da igreja e da associação de moradores. Fez parte do grupo que buscou a instalação da rede de energia elétrica para 74 famílias da comunidade e exerceu papel relevante na manutenção e melhorias em escola local.
“Requisitado por inúmeras comunidades do interior e também dos bairros para participar na organização de festas comunitárias, sempre era responsável pela venda de churrasco e caixa geral”, conta seu filho Edivar.
Ercílio gostava de estar com amigos nas tardes de domingo. “Brincalhão, responsável, íntegro, amigo de todos, voluntário a ajudar sem receber nada em troca”, assim o filho o descreve. O homem que primeiro servia aos outros para depois se servir, caso sobrasse para ele, e que, sorridente chamava a todos pelo nome.
Ercílio nasceu em Lagoa Vermelha (RS) e faleceu em Passo Fundo (RS), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Ercílio, Edivar Campos Dos Santos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Maria Mendes, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 3 de fevereiro de 2021.