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Erivaldo Lopes dos Santos

1971 - 2020

"Deus é mais" era o seu lema para enfrentar a rotina diária.

Era um apaixonado pelo futebol. Ainda na juventude jogou em times alagoanos. Entre as suas paixões futebolísticas estavam o Vasco da Gama e o CSA, times do coração dos quais fazia coleção de camisas.

Muito trabalhador e generoso, sempre arrumava uma forma de ajudar aquele amigo que estava desempregado, “ele não podia ver ninguém precisando de trabalho que ia lá e dava um jeito de arrumar na empresa que ele trabalhava. Em casa, vivia cheio de currículos, parecia que ele era o dono da empresa”, relembra a filha Isabela Quirino.

Nos finais de semana, tinha como rotina fazer a feira, reunir a família e tomar a sua cervejinha gelada. Nesses momentos também não podiam faltar os filmes do ator Steven Seagal, assistidos na casa da sua mãe, uma das pessoas que ele mais amava e tinha como exemplo de mulher.

Erivaldo tinha jeito durão, não demonstrava sentimentos, mas era só olhar pra ele que o amor estava descrito na forma como tratava e cuidava da sua família. Sonhava em ter um neto e se realizou quando, Pedro, o filho de Isabela, nasceu.

Durante toda a sua trajetória de vida, uma frase que ele sempre falava era “Deus é mais”, que, inclusive, foi impressa numa camisa para a família. Era um lema diário para enfrentar sua rotina de trabalhador, coisa que não deixou de fazer um dia sequer durante a pandemia.

Erivaldo dedicava-se ao máximo à sua família. Era um dos maiores incentivadores da sua esposa, e nos finais de semana fazia questão de passear com ela e seu filho Evandro, em seu carro — um bem que ele dizia ter o maior ciúme e que não o dividia com mais ninguém.

Seu maior legado para os filhos será a importância de ter amigos fiéis, construídos com muito respeito e companheirismo. Dizia ele: “tenham cuidado, pois as amizades de hoje não são como as de antigamente”, relembra o filho Ewerton Rodrigues.

Os jogos do Vasco e do CSA não serão mais os mesmos sem a sua companhia, mas a sua história se perpetuará no campo das recordações de todos aqueles que puderam conhecê-lo.

Erivaldo nasceu em Maceió (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelos filhos de Erivaldo, Ewerton Rodrigues e Isabela Quirino. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Lìlia Ferreira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 22 de julho de 2020.