1956 - 2020
Homem calmo e humilde, preferia perder a ter conflito com os amigos.
Daqueles casos em que o nome dá lugar ao apelido, Mezzomo foi um homem simples, de vida simples, que tinha no coração um senso de justiça e de paz tão grande quanto seu amor pela família.
O carinho pelas pessoas é o traço de personalidade mais citado pela esposa, Jussara Bordin Mezzomo.
Etelvino foi um homem que, desde pequeno, não teve medo de amar. Jussara lembra das histórias de infância do marido, em especial uma, a de que ele dormiu abraçado aos avós maternos até os 11 anos, e ele enchia os olhos d’água ao relembrar.
Mezzomo teve um filho, o Thiago, que anda em cadeira de rodas por conta de uma deficiência. Isso jamais impediu ou atrapalhou a relação entre pai e filho.
Homem de muita fé, católico, tinha admiração por Jesus Cristo e Nossa Senhora.
Colorado, jogador de baralho, era um assíduo ouvinte de música sertaneja e gauchesca, não negava um gole de um bom vinho e era o homem do churrasco.
Trabalhou e se aposentou como motorista. Sempre disposto a ajudar a comunidade, levava pacientes de graça para consultas médicas em cidades distantes.
Apesar de tanto ajudar os outros, Etelvino não tinha a melhor das saúdes. Com problemas pulmonares, foi parar no hospital com pneumonia. Lá dentro, veio o diagnóstico positivo da Covid-19. O conjunto agravante das doenças encerrou sua jornada.
Agora, ao lado de Nossa Senhora, ama e zela pela família.
Etelvino nasceu em Casca (RS) e faleceu em Bento Gonçalves (RS), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Etelvino, Jussara Bordin Mezzomo. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Natan Magri Cauduro, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 28 de junho de 2020.