1938 - 2020
Uma baiana que era uma fortaleza; o pilar e o porto seguro da grande família Andrade.
Seu apelido carinhoso, Nicinha, revela um pouco mais da pessoa que ela foi: um coração generoso, repleto de bondade e sempre pronta para ajudar os outros.
Dona Nicinha nasceu na pequena Wanderley, no interior da Bahia, filha de Joana e do fazendeiro Lafaiete; cresceu entre os 11 irmãos. Desde muito pequena, aprendeu a cuidar. Aos 6 aninhos já era a responsável por cozinhar para os trabalhadores da fazenda do pai, criador de gado.
Foi nos bancos da escola que ela conheceu o Valter. Os dois tinham 12 anos e estudavam na mesma classe. Nunca mais se separaram. O casamento, de sessenta e quatro anos, trouxe os filhos Valtenicio, Valtecio, Elaisse, Eronice, Edenilce, Valter Junior e a caçula, Joana Alice; e eles presentearam Nicinha com nove netos e sete bisnetos. Cuidou de todos e até dos filhos das vizinhas, que a chamavam carinhosamente de "mainha".
Dona de casa prendada e muito inteligente, mesmo com pouco estudo, estava bem à frente de seu tempo. "Era uma pessoa maravilhosa, forte, guerreira, generosa, trabalhadora, amiga fiel, cheia de vida e de um coração do tamanho do mundo", relembra a filha Eronice.
A vida é apenas uma passagem. E no caminho, é preciso dar amor e carinho sem pedir nada em troca. Não guardar mágoas, rancores ou ressentimentos. Ser caridoso e sempre fazer o bem. Ensinamentos de vida que Dona Nicinha deixou e que seu Valter e seus filhos vão guardar para sempre na memória.
Eunice nasceu em Wanderley (BA) e faleceu em Brasília (DF), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Eunice, Eronice. Este tributo foi apurado por Cristina Piasentini, editado por Cristina Piasentini, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 30 de outubro de 2020.