1976 - 2021
Amava retornar à terra natal e revisitar suas origens; na roça o churrasquinho e o truco eram o ponto alto da visita.
Evanir era aquele tipo de trabalhador esforçado, que se destacava nas empresas onde atuava. Era comum ter mais de uma ocupação para que assim pudesse, juntamente com a esposa Marlete, proporcionar maior segurança e estabilidade para a vida das filhas Flávia, Franciele e Fernanda. "Sua dedicação à família era admirável", conta a sobrinha Jéssica.
Além da esposa e filhas, os irmãos e a mãe eram outros xodós de Evanir, em especial o irmão José Geraldo e dona Maria da Conceição, para quem ele nunca ficava devendo aquela visitinha de comemoração nos aniversários que ela tanto amava. "Mesmo morando no Espírito Santo, fazia questão de ir para Minas Gerais no comecinho de agosto para celebrar a data e levar um bolo de aniversário para a mãe", relembra Jéssica.
Nas idas para a terra natal fazia questão de visitar o irmão José Geraldo e levava de presente um pescado capixaba para agradar ainda mais. "Como se precisasse disso para que fosse uma satisfação enorme recebê-lo em casa!", diz Jéssica. Os dias que podia passar na casa da matriarca, na roça, junto com o irmão eram de total animação e companheirismo. Os dois aproveitavam cada minuto, de cada encontro... Suas principais diversões quando visitava o irmão em Betim eram o churrasquinho e o truco.
"No aniversário das filhas ele sempre aprontava alguma surpresa bem incrível, nunca deixava passar em branco. Ele não media esforços para agradá-las. E tanto elas, como Marlete também faziam de tudo para agradá-lo. A esposa dele sempre foi uma exímia cozinheira e só esperava pelo pedido de cardápio para os domingos, caprichando sempre nas receitas", conta a sobrinha.
Amoroso e dedicado, Evanir poderia até estar chateado com alguém ou alguma coisa; mas, se porventura precisassem dele, estaria sempre pronto para ajudar. Apoiava a todos indistintamente. "Ele era muito especial, me mimava muito, era muito amoroso comigo e, se eu precisasse, sabia que podia contar com ele, sinto saudades das mensagens e do cuidado dele comigo por ser a caçula das irmãs. Sentia-me protegida e mesmo ele estando longe, eu sabia que se precisasse ele viria aqui. Sinto muitas saudades e amor por ele", diz a irmã Vanilda.
Além do irmão José Geraldo de Souza, a mãe e mais um dos irmãos de Evanir também foram vítimas da Covid-19. Para conhecer as histórias deles procure no Memorial por Maria da Conceição de Jesus, José Geraldo de Souza e Geralda Maria Aparecida Souza Santos.
Evanir nasceu em São José do Goiabal (MG) e faleceu em Guarapari (ES), aos 45 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha e pela irmã de Evanir, Jéssica Aparecida de Souza Guimarães e Vanilda da Conceição de Souza. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 7 de dezembro de 2021.