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Evaristo Batista

1949 - 2020

Sempre teve gana de conhecimento. Soube viver como poucos.

Falar de Evaristo é falar de um homem responsável, trabalhador e íntegro, que soube viver como poucos os seus 70 anos, sempre criando peças em seu laboratório e honrando a Deus e Nossa Senhora Aparecida acima de todas as coisas.

Filho de pais simples e humildes, porém muito trabalhadores e honestos, teve nove irmãos. Marido de Rosa, pai de Samantha, Sabrina e Sinara e grande avô para Julia, Mateus, Marcelle, Gabriel e Felipe (in memoriam), teve em sua vida os melhores exemplos de como viver a vida com dignidade.

Para todos que o conheceram, Evaristo Batista ou Totó, foi sinônimo de vida, alegria, sorriso, determinação, foco, estudo, persistência, amor-próprio, amizade, empreendedorismo, criatividade, fé, crescimento, saúde, curiosidade, festa, churrasco e de tantos outros predicados.

Inquieto por natureza, era extremamente comunicativo, falava muito, escutava pouco e fazia o que lhe dava na “telha”. Queria as coisas sempre do seu jeito e tinha uma necessidade genuína de compreender para que as coisas realmente fizessem sentido. Para ele, tudo se resolvia com a leitura de um bom livro e uma pesquisa no Google.

“Meu pai passava horas em seu celular, vendo vídeos ou assistindo aos programas educativos para aprender a fazer o que tinha interesse, e registrava em suas agendas as mais variadas informações, desde como desmontar uma lixadeira até os benefícios da salsa. Tinha gana de saber, aprender, construir, crescer, ter sucesso, estabilidade e tranquilidade financeira”, conta orgulhosa, Sabrina Batista, uma das filhas.

Evaristo era fascinado pelas vendas. Ensinar como atrair clientes, estabelecer metas, foco, disciplina, estratégia, sempre fazia seus olhos brilharem. Também por isso, conta Sabrina, que o pai nunca saía de casa sem sua agenda e sua caneta, e bem apresentável, pois por onde andava sempre encontrava um possível cliente, fazia amizade e logo anotava o seu contato. Tinha uma lábia incrível, realmente admirável.

Durante muitos anos, foi proprietário de bares de snooker, uma de suas grandes paixões. Uma bela mesa de sinuca o atraía a quilômetros de distância, bem como, uma boa partida de dominó ou damas. Uma de suas alegrias era ver os filhos e netos jogando.

A fé de Evaristo também fazia dele um homem singular, que colocava Deus e Nossa Senhora Aparecida sempre à frente de seus passos, algo que nem todos imaginavam, devido ao seu jeito teimoso, marrento e, por vezes, egoísta e até grosseiro.

“Ele rezava muito, agradecia constantemente pela vida que possuía, por tudo o que havia construído e por todos os livramentos que recebeu. Lia e estudava muito a Bíblia, se esforçava para ser uma pessoa melhor, para vencer seu gênio forte e suas mazelas”, lembra Sabrina.

Ela também conta que seu pai tinha um jeito muito próprio de demostrar amor, por vezes acompanhado de um bom conselho. “Foi um amigão, paizão, vozão, parceiro; do seu jeito pirracento, mas sempre estava lá”, diz a filha.

Para a família e amigos, o Totó, bonitão e cheiroso, tem feito sua festa no céu, na companhia de seus pais, irmãs e amigos.

Fica a certeza entre todos de que ele cuida dos seus, de lá de cima, enquanto por honra de seu nome, todos, assim como Sabrina, seguem firmes, colocando em prática os seus ensinamentos, na esperança do dia do reencontro.

Enquanto isso, o laboratório de Evaristo hoje é reduto da saudade imensa e da esperança de que ele, durante suas experiências, tenha criado uma fórmula para amenizar a dor da saudade deixada.

“Descanse em paz, pai amado, marido, pai, vovô. Te amamos demais!”, despede-se Sabrina com todo o coração.

Evaristo nasceu em Luziânia (GO) e faleceu em Taguatinga (DF), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Evaristo, Sabrina Batista. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 10 de novembro de 2020.