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Fátima Borges da Silva Nunes

1971 - 2021

O som de sua risada inaugurava os dias e, quando o sol se punha, o cheirinho do seu café se espalhava pela casa.

Fátima tinha muito prazer em reunir a família; e todos sabiam: seu colo estava sempre disponível. A sua alegria transbordava nas festas e reuniões, contagiando a todos. Além disso, amigos e familiares contavam ainda com o seu talento para cozinhar - desde o trivial até o prato mais elaborado. Tudo que ela preparava era feito com cuidado especial, de acordo com cada evento.

Amava a vida e sempre retribuía a tudo com gratidão. Sua risada gostosa, que permeava o dia, das primeiras horas da manhã às conversas no finzinho de tarde com os vizinhos no portão, ficaram registradas na memória de sua filha, Maria José. Outra lembrança querida era tomar aquele golinho de café no final do dia, um hábito simples da rotina, mas que sempre a fará recordar com carinho de sua mãe.

“Ela somente plantava amor”, diz a filha. Fátima tinha o dom de semear afeto por meio dos pequenos gestos: ao abraçar os filhos, ao demonstrar sua afeição e fé quando lhe pediam a bênção. A gratidão daqueles que aqui ficaram há de chegar até o céu, para encontrar morada no coração afetuoso de Fátima.

Fátima nasceu em São José do Campestre (RN) e faleceu em Santo Antônio (RN), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Fátima, Maria José Nunes Borges. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Marília Ohlson, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 24 de setembro de 2021.