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Fernanda Vargas de Almeida Perrône

1960 - 2021

Com sua presença radiante, possuía um entusiasmo pela vida que encantava todos ao seu redor.

Fernanda, carinhosamente chamada de Fer, era antes de tudo uma mulher realizada. Aos sessenta anos, tinha realizado inúmeros sonhos e planejava tantos outros.

Casou-se com Adílson, o grande amor da sua vida, em um relacionamento marcado pelo romantismo. Em cada oportunidade, demonstravam seus sentimentos um para o outro: palavras, carinhos e gestos se faziam presentes na rotina do casal, que sempre transpareciam estar no auge de sua paixão.

Dessa bonita união, vieram Thaís e Carolina, por quem Fernanda nutria um amor imensurável. A relação entre as três se fundamentava na mais profunda cumplicidade: Fer era escuta, aconchego e direção. Tinha o dom de transformar momentos de dúvidas e incertezas das filhas, em aprendizado e serenidade.

Proveniente de uma numerosa família de seis irmãos, com seus pais, Vivaldo e Elsa, habituou-se a celebrar as dádivas que a vida proporcionou: todos os sábados tinham o costume de se reunir para conversarem, trocarem confidências e comemorarem as conquistas uns dos outros, enquanto saboreavam uma deliciosa refeição. Com a partida dos pais para outro plano, Fernanda tornou-se a anfitriã de grande parte dos encontros familiares. Sua face estampava a satisfação em ter os familiares e amigos reunidos.

Durante anos, exerceu com excelência o cargo de Procuradora do Município gaúcho de Caxias do Sul. A atuação jurídica era tão inerente em sua vida, que mesmo após sua aposentadoria, decidiu, com mais dois colegas, abrir um escritório de advocacia.

Dedicava-se de corpo e alma à espiritualidade, no Centro Espírita que frequentava assiduamente, se aperfeiçoava por meio dos estudos e auxiliava na aplicação de passes; rezava por toda a família; enviava mensagens de otimismo nos grupos familiares. Era procurada por todos quando necessitavam de palavras de conforto, estando constantemente a postos para ser luz na vida de quem encontrasse pelo caminho. Possuía uma alegria e uma paz de espírito que transcendia em seu entorno.

Dias após sua partida, a irmã Cláudia escreveu uma linda homenagem à Fernanda, demonstrando o quanto ela se fez única e inesquecível durante sua passagem:

"A Fer: filha do Vivaldo e da Elsa, irmã da Paula, da Clau, do Edu, do César, da Silvia. Esposa do Adilson, mãe da Thaís e da Carol. Cunhada do Faé, da Zane, do Maicom. Tia do Richard, do Lucas, da Tábata, do Marco. A Fer que amava demais seus bichinhos! Amiga de muitos e conhecida de tantos outros. A Fer da Procuradoria, da OAB, do escritório, do Centro Espírita. A Fer que reunia a família no Sábado e no Domingo. A Fer que reunia amigos, a Fer dos aniversários, dos Natais. A Fer que era mãe amorosa e esposa romântica. A Fer que se preocupava com todos ao seu redor. A Fer do passe, do Reiki. Aquela que tinha sempre uma palavra ou uma atitude para resolver e ajudar quem precisasse. A Fer que amava a praia, a piscina e tudo que tinha água. Não, a Fer não é o número 376, ela é a Fer. A Fer tão amada por tantas pessoas, a Fer que está fazendo falta na nossa vida, que deixou um vazio enorme pelo qual está sendo difícil de entender e aceitar. A Fer que acreditava que, depois deste plano, existia outro, um lugar de paz, onde provavelmente ela já está cumprindo outra missão. Quem sabe ajudando a receber "outros números" e talvez tendo o entendimento que ainda não temos."

Fernanda nasceu em Caxias do Sul (RS) e faleceu em Caxias do Sul (RS), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Fernanda, Cláudia Vargas de Almeida Faé. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Andressa Vieira, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 11 de fevereiro de 2022.