Flora Damião Souza

1955 - 2020

Costureira de mão-cheia, criou três filhas no pedal de sua máquina e era muito conhecida em sua cidade por se destacar no que fazia.

Além de costurar como poucas, também montava e desmontava suas máquinas e, quando uma irmã precisava, lá estava ela com as ferramentas nas mãos consertando cada máquina que engripava.

Nunca mediu esforços para ajudar as filhas e adorava reunir a família e cozinhar para todo mundo. Gostava de ver a casa cheia e a alegria no rosto de todos. Quando achava que não estavam alegres o suficiente, lançava mão de algumas palavras peculiares de seu vocabulário diversificado, soltando pérolas como infiteque, paúra, bruguelo, bregueço, sugegar... Deixava todos curiosos para saber o significado de cada palavra e, assim, arrancava sorrisos.

Mesmo com as dificuldades enfrentadas na infância, sempre manifestou a vontade de retornar ─ a passeio ─ para Capim Puba, na zona rural do município goiano de Niquelândia, onde nasceu, e relembrar essa fase de sua vida sofrida junto aos pais e onze irmãos. Eram inúmeras as histórias que contava com grande saudade. Apesar dos pesares, sabia que havia sido muito feliz por lá. Já com as filhas adolescentes, mudou-se para o Distrito Federal, mas retornou algum tempo depois e viveu por quase toda a vida na cidade natal.

Aproveitava as horas de descanso para assistir às novelas e confeccionar tapetes de barbante. Preguiça não existia, sua casa era impecável, tudo brilhava!

Amava a profissão e foi através dela que surgiram suas maiores amizades em Niquelândia e em Brasília, onde viveu por dezenove anos, antes de retornar à cidade natal. Ia sempre à igreja e orava por todos. Seu sonho era ver os sete netos criados.

Flora cuidou dos pais até os últimos minutos de vida e foi esposa maravilhosa, irmã dedicada, filha perfeita, tia amada pelos sobrinhos, avó e mãe incomparável.

Sempre foi e ainda é um exemplo para a família. Deixou esposo, três filhas, sete netos, dois bisnetos e dois genros. Todos sentem a dor de sua ausência e da eterna saudade. O que ela mais ensinou foi amar. A todos Flora Damião amou demais e por todos foi e é amada!