1936 - 2020
Um contador de histórias que acabou virando o personagem principal das histórias da neta.
Em 1992, Florindo e sua esposa Rosa decidem fugir da seca da cidade de Assunção e vão com seus nove filhos tentar um futuro melhor em outra cidade Paraibana, vão para Campina Grande.
Sujeito bom de prosa, contador de histórias, boa gente!
Uma pessoa humilde que fazia questão de receber bem todos que fossem em sua casa. Mas tinha uma coisa que não abria mão, não gostava de receber visita aos domingos, pois esse dia era reservado para brincar com a neta Maria Rita. Com ela, rejuvenescia... Era o príncipe, o aluno, o professor, o personagem principal das histórias dela. Era maquiado e penteado, mesmo tendo apenas uns poucos cabelos grisalhos. Ele foi um pai dedicado que amava seus filhos, foi um bom marido e um avô disposto e disponível.
Vascaíno, conseguiu uma façanha incrível: fazer seu genro flamenguista admirar o Vasco, só para não vê-lo triste.
Hoje, seu lugar na mesa do almoço está vazio.
"Mas não se preocupe, porque Maria Rita falou que seu lugar é dela. Depois de falar aquela frase que sempre dizia: "Ah, vovô, que saudade!", conta o genro.
Florindo nasceu em Salgadinho (PB) e faleceu em Campina Grande (PB), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo genro de Florindo, João da Silva. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Alessandra Capella Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.