1953 - 2020
Transformava até seu arroz queimado em alegria.
Francisca foi esposa e o amor da vida do Seu Manoel Batista, com quem teve cinco filhos: Josivan, Andreia, Adriana, Emanuela e Camila.
Dotada de uma fé inabalável, seu segundo nome era uma homenagem à Nossa Senhora de Fátima, a quem ela se dedicou com devoção por toda a vida. Francisca era feito concha: por fora, nunca se deixou esmorecer pelos percalços que a vida lhe impunha, pelo contrário, tudo apenas lhe fortalecia. Por dentro, seu coração era como pérola, uma verdadeira joia rara, que transbordava amor por seu esposo, seus filhos e seus dez netos.
Obstinada a aprender, impossível não lembrar de seu esforço para encontrar as palavras nas cruzadinhas e nos diversos áudios enviados por ela quando resolveu se aventurar pelo mundo da tecnologia. Impossível, também, não recordar que ela escutava as canções da Roberta Miranda por horas e horas.
Com sua presença marcante e inigualável, Francisca levava luz aos almoços de domingo em que reunia toda a família para ficar junto aos seus. Transformava até seu arroz queimado em alegria. As palmas que antes ressoavam quando ela, enfim, não queimava o arroz, agora homenageiam alguém que foi o amor e a fortaleza da família pela qual sempre se dedicou.
Francisca nasceu em Camocim (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Francisca, Adriana Dias dos Santos Souza. Este texto foi apurado e escrito por Andressa Vieira, revisado por voluntário e moderado por Rayane Urani em 7 de junho de 2020.