1974 - 2020
Adorava presentear a todos, mal sabia que o melhor presente era ele mesmo.
Desde quando nasceu já foi possível perceber o quanto ele seria especial. Francisco Carlos era daquelas pessoas que transmitem tranquilidade a quilômetros, sempre de maneira gentil e amável. Com o incentivo da mãe, dona Selma, Carlos descobriu na educação como transmitir conhecimento com afeto e a isso se dedicou.
Concluiu os estudos no colégio Rui Palmeira e cursou magistério. Daí se tornou amante dos números e passou a ensinar matemática. Por mais de 20 anos lecionou na escola Irmã Dulce, localizada no bairro da Pajuçara, em Maceió. Lá foi muito amado pelos colegas de profissão, alunos e todos que o conheciam.
Carlinhos, como sua mãe o chamava, era dedicado em tudo que fazia. Seus alunos não saíam da sala de aula sem aprender o conteúdo. Seu ofício de educador foi um marco na sua vida e ele o exercia da melhor maneira, sempre com um sorriso no rosto. Tinha uma mania bem particular, presentear. Surpreendia amigos e familiares com algum mimo bem especial.
Amava Carnaval, principalmente o da sua terra natal, Quebrangulo, também em Alagoas. Uma das melhores lembranças de dona Selma vem de um desses momentos festivos, quando ambos, mãe e filho, dançaram embaixo de chuva. “No Carnaval começamos a pular frevo, mesmo não sabendo. Num tropeço, ia caindo, nos seguramos e caímos os dois, envergonhados, mas felizes”, lembra dona Selma.
“Por mais que o tempo passe, jamais deixarei de amá-lo. Saudades”, finaliza dona Selma.
Francisco nasceu em Quebrangulo (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 45 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela mãe de Francisco, Maria Selma Soares de Melo. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Cairo Martins, do Projeto de Extensão da Universidade Federal de Alagoas, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 12 de setembro de 2020.