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Francisco Cláudio Nascimento da Silva

1957 - 2020

Uma vida repleta de amor. O jeito brincalhão, que fez o sentimento ser recíproco, por onde ele passou.

Antes de tudo, o que se pode deixar claro é que foram 63 anos muito bem vividos. Com suas histórias, suas profissões, sua paixão por motos e, principalmente, a família que construiu ao lado de Eliane, sua esposa.

Sua alma era de menino.

Brincalhão, Francisco não perdia uma oportunidade de fazer piadas, esbanjava gaiatice (uma gíria cearense).

Sempre ativo, Francisco teve uma infância difícil. Era o terceiro filho, entre os oito irmãos. Seu gosto pelo trabalho sempre o acompanhou, era sua marca registrada. Aliás, quando iniciou o isolamento social, algo o incomodava bastante: ficar em casa sem trabalhar. A inatividade mexia com seu psicológico.

Era a representatividade de amor e alegria para seus quatro filhos: Kleyton, Wesley, Weyne, Klaudia, além dos seus sete netos. Em especial, Maria Cecília, de três anos, que convenceu o avô a entrar na onda de fazer vídeos para as redes sociais. Brincavam, desenhavam e cantavam sempre que havia uma oportunidade. Era o seu xodó. Fazia a quarentena ser mais leve para ele.

Ele amava a vida, e isso era perceptível por todos que o rodeavam. Tinha uma facilidade imensa de sorrir. A recíproca sempre será verdadeira: todos sentem esse amor por ele também.

Francisco nasceu em Fortaleza (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Francisco, Klaudia Alves. Este texto foi apurado e escrito por jornalista João Alvim, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 25 de junho de 2020.