1960 - 2020
Era o assador de churrasco oficial dos encontros da família e dos amigos. Um grande contador de causos.
Foi um homem de coração enorme e que sempre fazia de tudo para ajudar quem lhe pedia algum favor. Era calmo, sereno e adorava contar um bom causo para os amigos, arrancando risadas por onde passava.
Era muito conhecido no município catarinense de Otacílio Costa e quem o conhecia na cidade gostava muito dele. Era visto como um ser brilhante e, apesar da idade e ser do grupo de risco, não deixou nenhum dia de trabalhar nos dois empregos que tanto gostava: o SAMU e a funerária.
Foi casado com dona Elizete e juntos construíram uma família linda. A união entre eles era única e, conforme os familiares, era como já estivessem juntos de outras vidas. Todos os dias ele levava o café na cama para ela. A esposa era a metade dele, os dois eram almas gêmeas.
"Temos certeza que essa vida não seria completa para ele sem sua 'neguinha', como ele a chamava carinhosamente", diz a filha Débora,
relembrando o trecho de uma das músicas preferidas de seu pai "sem esse amor nada mais importa, a vida perde a razão".
Para a filha, "a vida deles não teria razão alguma um sem o outro, por isso, temos toda certeza do mundo que foram continuar sua história de amor juntos no reino de Deus".
Francisco partiu apenas quinze dias após a esposa Elizete Coelho Pereira, com quem viveu por trinta e cinco anos. A história dela também está guardada neste memorial.
Francisco nasceu em Lajes (SC) e faleceu em Otacílio Costa (SC), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Francisco, Débora Coelho Pereira Barbosa da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Tatiani Baldo e moderado por Lígia Franzin em 18 de março de 2021.