1964 - 2020
Era o primeiro a acordar e preparar o mais delicioso café, todos os cômodos da casa eram invadidos pelo delicioso aroma.
Sargento da Reserva remunerada da Polícia Militar do Acre — instituição na qual serviu por mais de trinta anos —, ele era conhecido como Velho Guarda ou Guardinha. Este último, um apelido carinhoso: era assim que o chamavam na periferia onde morou com a família ao longo de vinte anos.
Filho de seringueiro, o décimo de 14 irmãos, nasceu no Seringal Treze de Maio, interior de Cruzeiro do Sul, no Acre, onde passou toda a infância e a adolescência, sob o olhar atento de seus pais. Tinha estatura baixa, falava com ternura, possuía olhos esverdeados e riso fácil. A simplicidade e a bondade estavam sempre presentes em seu vocabulário.
Vascaíno apaixonado, não perdia um jogo de seu time do coração. Sonhava em conhecer São Januário, o estádio do time carioca. Gostava de jogar futebol e brincar de esconde-esconde com o neto João, que Francisco adotou por seu filho, e que sempre o fazia embarcar nas aventuras que sugeria.
Pai dedicado, era também um avô típico, que de tão zeloso e apaixonado pelos netos, era chamado pelos demais familiares de "avô babão". Foi marido exemplar para sua esposa.
Para distrair-se, amava ouvir as belas canções de Roberto Carlos. Ao fim da tarde, "estava sempre em sua rede a balançar admirando o lugarzinho em que morávamos", recorda a filha Alinne.
Era devoto de São Francisco e também trazia em seu coração a doce devoção por Nossa Senhora Aparecida. Demonstrava grande disponibilidade em ajudar a quem precisasse, mesmo a desconhecidos.
Deixa enorme saudade naqueles que o conheceram e o amaram.
Francisco nasceu em Cruzeiro do Sul (AC) e faleceu em Rio Branco (AC), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Francisco, Alinne Barbosa dos Santos. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Ricardo Henrique Ferreira, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 30 de novembro de 2021.