Francisco Rodrigues da Silva

1938 - 2021

Um exemplo de marido, pai, sogro, avô e bisavô que deixou suas marcas trabalhando na construção de Brasília.

Guerreiro, Francisco saiu do interior da Bahia para ajudar a construir Brasília. Mestre de Obras, com o suor do seu trabalho e mãos calejadas, deixou sua contribuição nas edificações que vemos todos os dias ao passar pelo Eixo Monumental.

Casou-se com uma mulher incrível, que dispensa qualquer adjetivo, e o casal completaria sessenta anos de convivência poucos dias depois de seu falecimento. Criou 13 filhos em Ceilândia, no Centro de Erradicação de Invasões, quando o local ainda era barraco e barro.

Seus descendentes, que são muitos, seguem como professores, servidores, trabalhadores em diferentes áreas. Pessoas íntegras, que seguiram o exemplo que tinham dentro de casa numa história linda de superação e união.

Grazielle, uma de suas netas, fala carinhosamente sobre o avô e o que significou sua perda:

“Você conquistou o que poucos conseguiram.

Entre nós, ficam as lembranças de quando o senhor ficava na varanda ouvindo seu sonzinho na cadeira e olhando a rua; ou assistindo 'A colombiana' pela milésima vez; ou quando pedia pra gente catar piolho, só pra receber um cafuné.

A lembrança de nos apelidar carinhosamente de 'chiribica' e de pedir pequi e farinha toda vez que eu voltava da roça.

De criar em nós o hábito de passar, religiosamente, pela sua casa, na Ceilândia, para pedir a benção.

Vocês são nosso exemplo de que o amor é a base para todas as coisas! A Covid-19 fez mais uma vítima, mas sua história vai muito além dessa triste partida, porque saudade é o amor que fica.

Vai em paz, seu Chico. Vamos ficar aqui cuidando da 'sua velha' pra você. A vida é breve, por isso nos encontraremos na eternidade.

Te amo, véi Chico — 'Zé Ruela'—, como você gostava de apelidar os outros.

Siga em paz!”.