1928 - 2020
Um agricultor que escutava o cântico dos pássaros e conhecia os poderes da Lua.
Agricultor de mão-cheia, seu Chico, como era chamado por todos, era um homem bravo, valente e entendia do cultivo do campo como um mestre! Esse grande homem viajou pelo sertão do Ceará na busca por alimentos para a família e, foi em Baturité, que criou seu sustento. Plantava milho, feijão e banana e criou os sete filhos ao lado de dona Edite. Ele agradecia os dias de chuva e, no final da tarde, fazia aquela pescaria!
“Jorge, o segredo para uma boa colheita está em aprender sobre os poderes da Lua e escutar o cântico dos pássaros. A natureza manda seus sinais. No dia que o homem entender a natureza, ele nunca mais passará fome. Está escutando os pássaros, Jorge?”, eram assim nossas muitas conversas, que eram como aulas para mim, conta o genro, que era mais que isso: era um filho! Jorge diz ainda: "Meu sogro me adotou e me tratava como um dos seus filhos. E eu o respeitava como um professor, um pai, um mestre."
Seu chico dizia que não tinha do que reclamar, pois a mãe natureza deu a ele, ou melhor, lhe ensinou como sustentar seus filhos. Foi um homem valente, que chegou forte até seus 85 anos; depois enfrentou cirurgias no coração e problemas nos rins. Mesmo com muito sofrimento, era um homem forte, de fé inabalável e, até seu último dia, nos ensinou sobre coragem.
Que seu legado, histórias e experiências sejam compartilhadas e sirvam de inspiração para todos, principalmente para seus nove netos e seis bisnetos.
Seu Chico é, e sempre será, o mestre da nossa família.
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Um amante da natureza e um grande contador de histórias.
Um homem do campo, honrado, casou-se com dona Maria Edite, formou sua família e criou os cinco filhos e os netos no interior.
Seu Chico amava a natureza e gostava do trabalho no campo.
Educou os filhos nos velhos e bons costumes, principalmente com ensinamentos de como amar o próximo, com respeito e sendo sempre honesto.
O genro Jorge Henrique conta que ele "adorava uma pescaria e, no passado, aproveitava as sangrias do rio que abastece a cidade e ali passava horas pescando, só voltava para casa quanto tinha garantido o sustento da família", e complementa: "Fazia uma tarrafa profissional e era um contador de histórias bem semelhante ao 'Bial' (...) seria uma honra ter o Pedro Bial contando a história de Seu Chico".
Toda a família de Francisco sabe bem o sentido dessa dor que todas as famílias estão passando e pede que Deus abençoe a todos.
Francisco nasceu em Baturité (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 91 91 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo genro de Francisco, Jorge Henrique da Silva. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Lígia Scalise, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 15 de agosto de 2021.